Primeira temporada da série cômica que foi sucesso de crítica nos Estados Unidos tem lançamento agora em DVD

LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O gerente regional da distribuidora de papel Dunder Mifflin, Michael Scott (Steve Carell), até se esforça para bancar o "chefe benfeitor": sorriso no rosto, passa o dia a pensar formas de descontrair o ambiente -como uma festa-surpresa para tirar o foco dos rumores de demissão-, integrar a equipe -por meio de um jogo de basquete com a turma do depósito- e harmonizar as relações de trabalho -com a ajuda de um palestrante que advoga pela "consciência da diferença".
Mas o repertório de grosserias e comentários esdrúxulos do protagonista da série "The Office" põe tudo a perder: trata-se de um babaca incorrigível. À moda de um Borat do mundo corporativo (que brinda periodicamente os empregados com aforismos pinçados de "A Arte da Guerra"), esse pândego inconveniente é quem rouba a cena no recém-lançado DVD da primeira temporada.
Adaptada do programa inglês de mesmo nome, a versão norte-americana toma emprestados o formato documental (o cotidiano do escritório é registrado por uma equipe de filmagem anônima e muda) e o humor ácido, mas acelera um pouco o desenrolar da história.
Integram a equipe a recepcionista Pam, o estagiário Ryan e o alvo preferido do chefe, o assistente Dwight, além de uma galeria de coadjuvantes que tampouco escapam de vexações por causa da idade, (sobre)peso e etnia.
Burocrata sempre às voltas com falsos afazeres, Michael só é eficaz em uma função: constranger. De tão assertivo, desperta a tal da "vergonha alheia" -um jeito obtuso de cativar. Talvez resida aí a explicação para a adesão irrestrita da crítica dos EUA à série e para o crescente interesse do público.