São Paulo, segunda-feira, 06 de maio de 2002

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TEATRO

Destaque das artes cênicas na Europa, o belga traz duas peças e cinco curtas para festival que ocorrerá em julho

Rio Preto introduz obra e idéias de Fabre

VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O multiartista belga Jan Fabre será destaque da 22ª edição do Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto (451 km a noroeste de São Paulo), que acontece de 17 a 28 de julho.
Pela primeira vez, o Brasil contempla a obra e o pensamento de Fabre, 41, considerado "enfant terrible" na cena européia, por desenvolver projetos com a marca da obsessão e do experimento.
Herdeiro indireto do ofício do bisavô, um entomologista (parte da zoologia que trata dos insetos), o multiartista concebe boa parte de suas produções sob o ponto de vista deles, os insetos, que seriam os verdadeiros donos da civilização dita humana.
Tem sido assim nas áreas do teatro, da dança, das artes plásticas e do cinema, não raras vezes conjugadas.
Rio Preto assistirá a duas peças de dança-teatro dirigidas pelo belga, que confirmou presença: o solo "My Movements Are Alone Like Streetsdogs", criado em 2000 para o Festival de Avignon, com a atriz Erna Omarsdottir; e o monólogo "She Was and She Is, Even", com Els Deceukelier (veja quadro nesta página).
A programação inclui exibição de cinco curtas-metragens dirigidos por Fabre e lançamento de edição da revista de arte "Janus", da qual foi fundador.
Completam as atrações estrangeiras o grupo russo Derevo, o australiano Strange Fruit (de rua) e uma companhia de dança de Bali. A grade completa do evento será anunciada na próxima sexta-feira.
Criado em 1969, o festival de Rio Preto ganhou formato internacional a partir do ano passado. Até então, era conhecido e respeitado por acolher o teatro amador, inclusive como contraponto ao regime militar (1964-85).

Parceria
Em 2001, a prefeitura local, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, estabeleceu parceria com o Serviço Social do Comércio (Sesc-SP). Na cena nacional, Rio Preto se afirma como evento conceitual. Foca artes cênicas sob ponto de vista da pesquisa e da formação de público.
Neste ano, os projetos lugarUMBIGO e Preto Artaud constituem espaços da experimentação por excelência.
Aliás, o diretor e pensador francês Antonin Artaud (1896-1948) é o mote inspirador -por conta dele, o festival é dedicado ao ator Rubens Corrêa, morto em 96. Ariano Suassuna e Plínio Marcos também ganham projetos.
O festival é orçado em R$ 900 mil (R$ 400 mil do Sesc, R$ 100 mil da prefeitura, R$ 100 mil da Secretaria de Estado da Cultura e R$ 300 mil a serem captados por meio do Ministério da Cultura).



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