São Paulo, sexta-feira, 06 de maio de 2011

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CRÍTICA DRAMA

Esquematismo desumaniza "Reencontrando a Felicidade"

CRÍTICO DA FOLHA

Não poderia haver data pior para estrear "Reencontrando a Felicidade" do que a véspera do Dia das Mães. Quem for ao cinema atraído pelo título cheio de esperança periga sair arrasado.
O título original, "A Toca do Coelho", é bem mais apropriado para este drama sobre um casal tentando juntar os cacos após a morte do filho.
O filme começa oito meses após o acidente que matou o filho. Becca e Howie ainda estão em estado de choque.
Ela largou o emprego e passa os dias chorando e andando sem rumo; ele tenta colocar a vida do casal de volta nos trilhos, mas sofre com a frieza e o distanciamento dela.
O filme é povoado por personagens secundários igualmente problemáticos: o casal frequenta reuniões de um grupo de pais que perderam filhos. A mãe de Becca (Dianne Wiest) nunca se recuperou da morte de um filho, por overdose.
Em certo momento, Becca esbarra na rua com o jovem que, acidentalmente, atropelou e matou seu filho. Os dois acabam estabelecendo uma amizade inesperada.
Adaptado de uma peça de David Lindsay-Abare vencedora do Pulitzer, o filme é pesado, e não só no tema. O filme é dirigido com mão de chumbo por John Cameron Mitchell, cuja ideia de densidade dramática parece ser pontuar todas as cenas com música melancólica e iluminação expressionista.
A marcação excessivamente teatral das cenas incomoda. O filme sofre de um esquematismo frio, que desumaniza os personagens e, por consequência, o drama do casal. (ANDRÉ BARCINSKI)

REENCONTRANDO A FELICIDADE

DIREÇÃO John Cameron Mitchell
PRODUÇÃO EUA, 2010
COM Nicole Kidman, Aaron Eckhart e Dianne Wiest
ONDE nos cines Livraria Cultura, Metrô Santa Cruz Cinemark, Pátio Higienópolis Cinemark e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO regular


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