da Agência Folha, em Belo Horizonte

Nos últimos dez meses, os atores do Grupo Galpão tentaram partir um ator ao meio de várias formas: cortado horizontalmente, verticalmente e lateralmente.
Durante as ausências de Cacá Carvalho, que esteve envolvido com as gravações da novela "Torre de Babel" no Rio no ano passado, os atores e técnicos do Galpão faziam experiências inusitadas, que eram avaliadas quando o diretor tinha tempo de ir a Belo Horizonte.
Para dividir o ator, foram utilizados tambores de lata, efeitos de cenário e de iluminação e até caixas semelhantes às de um violoncelo que se encaixavam no corpo e obrigavam o ator a se movimentar com rodinhas.
Desde o início, porém, ficou claro que a divisão em lados distintos era a mais viável, porque seria muito difícil para o ator interpretar só com a parte de baixo do corpo.
O texto original de Italo Calvino recebeu ainda várias adaptações. Foi ensaiado em um parque de diversões, em um canteiro de obras e até em um açougue. Para cada tentativa, o grupo montava todo o cenário, usando objetos verdadeiros ou de papelão. (CHS)


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