São Paulo, sexta-feira, 06 de junho de 2008

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CONEXÃO POP

Plasticines, Weezer e indefinições

Garotas francesas farão shows no Brasil; já a banda norte-americana relembra os anos 1990

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

A BANDA francesa de garotas Plasticines tocará em Brasília, em 5 de setembro, dentro do festival Porão do Rock, e em São Paulo no dia seguinte. Está no MySpace delas: www.myspace.com/plastiscine.
De acordo com o site das Plasticines -onde dá para ouvir o hit new wave "Lost in Translation"-, o show em São Paulo será num "Orloff Festival".

 

Tivemos o novo rock, o minimal, o maximal, o dubstep. Parece que, principalmente na dance music, estamos em época de indefinições, em que testam-se formatos e busca-se fugir de fórmulas. Veja Ellen Allien e Anja Schneider, por exemplo. Duas produtoras/DJs que costumavam pender para as linhas mais minimalistas do tecno. As duas lançaram discos recentes, e é clara a preocupação em mostrar novos elementos vindos, por exemplo, do dub e do dubstep.
Outro caso é o de Erol Alkan, inglês que produziu os segundos discos de Mystery Jets e Long Blondes. Alkan sempre foi dos DJs mais focados e antenados -dos primeiros a tocar mash-ups, a colocar Strokes e White Stripes nas pistas de dança, a dar forma ao electro-rock... Pois no festival Coachella, nos EUA, no final de abril, fez um set confuso, cheio de barulhos e efeitos que faziam o público ter problemas para acertar o passo.
Parece que está tentando criar algo, mas ainda não sabe o quê.
 

Quem sabe o que faz é o velho Weezer, banda cultuada no Brasil. Pena que o que eles fazem chega com um cheiro de mofo...
Parafraseando a máxima, o que aconteceu nos anos 1990 deveria ficar nos anos 1990. Após fracassos como "Maladroit" (2002) e "Make Believe", em que até arriscavam aqui e ali, o Weezer lança, lá fora, o "Red Album". É, para dizer o mínimo, uma cópia do power-pop-cheio-de-ironias-indies de "Blue Album" (94) e "Pinkerton" (96).
Duas faixas são representativas desse disco. Em "Heart Songs", ele lembra, nostálgico, bandas como Abba e Slayer. Em "The Greatest Man that Ever Lived", Rivers Cuomo canta até em falsete e faz referências a rap e hard rock. O mundo já está cheio de ironias...
 

Barack Obama celebrou a indicação democrata à presidência dos EUA, ao lado de 15 mil pessoas, em Minnesota, tocando "Beautiful Day", do U2. Mas o slogan da campanha dele não era "mudança"?
 

Sexta e sábado, em São Paulo. Hoje, Turbo Trio no novo Studio SP (r. Augusta, 591; 23h; de R$ 15 a R$ 25). Amanhã, o norte-americano Robert Owens, que empresta sua voz soul a faixas de dance music, se apresenta no Vegas (r. Augusta, 765; 24h; de R$ 35 a R$ 40).

thiago@folhasp.com.br

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