DA REPORTAGEM LOCAL

"Dossiê" não é o nome mais adequado para o especial sobre o cantor e compositor Ataulfo Alves (1909-1969) que o SescTV exibe amanhã, às 23h. Se a palavra remete a um banco de dados (sigilosos ou não, como queiram), já os primeiros minutos deixam perceber que serão minguadas quaisquer informações sobre o músico que, com Mário Lago, condenou as Amélias a passarem suas vidas ouvindo gracejos sobre a mulher de verdade.
O programa apenas reproduz um show de time modesto realizado em 2004, em São Paulo.
Ao longo de uma hora, no teatro do Sesc Pompéia, a cantora Paula Lima, o rapper Xis, o violonista João Bosco e Ataulpho Alves Jr., herdeiro do homenageado, interpretam poucos clássicos do prolífico autor de "Ai que Saudades de Amélia", "Atire a Primeira Pedra" (ambas com Lago), "O Bonde de São Januário" (com Wilson Batista) e "Mulata Assanhada".
Sem detalhes da rica biografia do mineiro que levou a toada do sertão para o samba carioca, resta se contentar com Xis argumentando que "Preto Mulato e Branco" era praticamente um rap (e, em seguida, interpretando a música do seu jeito para comprovar a teoria), Bosco considerando "Leva Meu Samba" como algo "perto da fronteira do blues" (e cantando à moda "Papel Machê" para evidenciar o ponto de vista) e por aí vai... (RAQUEL COZER)

DOSSIÊ ATAULFO ALVES
Quando: amanhã, às 23h
Onde: no SescTV

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