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Memória é fonte de diretor
DA REPORTAGEM LOCAL
De partida, não era uma intenção, mas Felipe Hirsch, 28, acabou adotando uma perspectiva
memorialística em suas montagens, quer fossem adaptações,
quer fossem textos de sua autoria.
"Baal Babilônica" (1993), o primeiro trabalho da Sutil Cia. de
Teatro, resgatava os diários do
dramaturgo espanhol Fernando
Arrabal. Em "Cartas para Não
Mandar" (1997), texto de Hirsch,
um homem busca seu passado à
la Bergman, reinventando-o.
A narrativa de memória também impregna "Juventude"
(1998), livre adaptação de "Ah!
Wilderness!", do norte-americano Eugene O'Neill, uma das referências na dramaturgia de Hirsch.
"Buscar um novo sentido para a
narrativa de memória tem sido a
forma mais desenvolvida pela
nossa companhia", explica o encenador. "O naturalismo nos permite inventar, recontar e mexer
na memória. Acreditamos alcançar uma liberdade muito rica da
dramaturgia, mas pouco explorada no Brasil."
Sobre o encenador, Hirsch diz
não se aliar a uma corrente, mas
simpatiza com a "objetividade"
de Antônio Abujamra, que assistiu e teria gostado da montagem
de "A Vida É Cheia de Som e Fúria" -título extraído de "Macbeth", de Shakespeare, na qual o
personagem diz, numa das cenas:
"... A vida é uma história contada
por um idiota, cheia de som e fúria, e que não significa nada".
Guilherme Weber é o braço direito de Hirsch. Atuou em todas
as montagens da Sutil Cia. de Teatro. Já participou de produções de
Ulysses Cruz ("Rei Lear", 1995) e
Denise Stoklos ("Mais Pesado
Que o Ar", 1996).
(VS)
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