São Paulo, quinta-feira, 06 de julho de 2000


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Memória é fonte de diretor


DA REPORTAGEM LOCAL

De partida, não era uma intenção, mas Felipe Hirsch, 28, acabou adotando uma perspectiva memorialística em suas montagens, quer fossem adaptações, quer fossem textos de sua autoria.
"Baal Babilônica" (1993), o primeiro trabalho da Sutil Cia. de Teatro, resgatava os diários do dramaturgo espanhol Fernando Arrabal. Em "Cartas para Não Mandar" (1997), texto de Hirsch, um homem busca seu passado à la Bergman, reinventando-o.
A narrativa de memória também impregna "Juventude" (1998), livre adaptação de "Ah! Wilderness!", do norte-americano Eugene O'Neill, uma das referências na dramaturgia de Hirsch.
"Buscar um novo sentido para a narrativa de memória tem sido a forma mais desenvolvida pela nossa companhia", explica o encenador. "O naturalismo nos permite inventar, recontar e mexer na memória. Acreditamos alcançar uma liberdade muito rica da dramaturgia, mas pouco explorada no Brasil."
Sobre o encenador, Hirsch diz não se aliar a uma corrente, mas simpatiza com a "objetividade" de Antônio Abujamra, que assistiu e teria gostado da montagem de "A Vida É Cheia de Som e Fúria" -título extraído de "Macbeth", de Shakespeare, na qual o personagem diz, numa das cenas: "... A vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, e que não significa nada".
Guilherme Weber é o braço direito de Hirsch. Atuou em todas as montagens da Sutil Cia. de Teatro. Já participou de produções de Ulysses Cruz ("Rei Lear", 1995) e Denise Stoklos ("Mais Pesado Que o Ar", 1996). (VS)


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