São Paulo, segunda, 6 de julho de 1998

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VIOLÊNCIA À TARANTINO
Produtoras perdem negativos no incêndio

da Reportagem Local

Pelo menos 20 filmes tiveram seus negativos queimados no incêndio criminoso que destruiu o Estúdio Abertura há duas semanas. Um levantamento parcial revelou a queima de 16 filmes, entre comerciais publicitários, institucionais (filmes para empresas) e fitas para cinema. Mas há mais.
O maior prejudicado foi João Carlos Serres, da produtora Telefilm. Perdeu 27 latas (quatro minutos cada) com a campanha que realizava para o Corsa 99, da General Motors. O material seria telecinado no dia do acidente.
"Entrei em desespero quando soube. Foram quatro dias de filmagem", afirma Serres.
Outro negativo queimado foi o do videoclipe "Maracatu Atômico", do músico Chico Science, morto em fevereiro de 97.
"Mas o verdadeiro master de um clipe é em vídeo. Esse se salvou", diz Guto Carvalho, sócio da Trattoria di Frame. "Pior foram os negativos de "Brincando na Gangorra', um desenho animado premiado de Tania Anaya."
Tadeu Jungle, da Academia de Filmes, perdeu o curta "Sereia", um trabalho não comercial, pago por sua produtora. Jungle sequer sabe o que aconteceu. Será informado hoje, quando chega ao Brasil após férias na Europa.
O diretor Roberto Moreira, da Magneto, perdeu 12 latas de negativo. "É irrecuperável. Tínhamos filmado pessoas assistindo aos jogos da Copa", diz Moreira.
Outras produtoras tiveram perdas menos dramáticas, por já possuírem cópias telecinadas dos filmes queimados.
É o caso da O2 e da Zero Filmes. A primeira perdeu negativos de comerciais da Volkswagen e da Brastemp. A outra perdeu dois videoclipes. (IVAN FINOTTI)



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