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VIOLÊNCIA À TARANTINO
Produtoras perdem
negativos no incêndio
da Reportagem Local
Pelo menos 20 filmes tiveram
seus negativos queimados no incêndio criminoso que destruiu o
Estúdio Abertura há duas semanas. Um levantamento parcial revelou a queima de 16 filmes, entre
comerciais publicitários, institucionais (filmes para empresas) e
fitas para cinema. Mas há mais.
O maior prejudicado foi João
Carlos Serres, da produtora Telefilm. Perdeu 27 latas (quatro minutos cada) com a campanha que
realizava para o Corsa 99, da General Motors. O material seria telecinado no dia do acidente.
"Entrei em desespero quando
soube. Foram quatro dias de filmagem", afirma Serres.
Outro negativo queimado foi o
do videoclipe "Maracatu Atômico", do músico Chico Science,
morto em fevereiro de 97.
"Mas o verdadeiro master de
um clipe é em vídeo. Esse se salvou", diz Guto Carvalho, sócio da
Trattoria di Frame. "Pior foram
os negativos de "Brincando na
Gangorra', um desenho animado
premiado de Tania Anaya."
Tadeu Jungle, da Academia de
Filmes, perdeu o curta "Sereia",
um trabalho não comercial, pago
por sua produtora. Jungle sequer
sabe o que aconteceu. Será informado hoje, quando chega ao Brasil após férias na Europa.
O diretor Roberto Moreira, da
Magneto, perdeu 12 latas de negativo. "É irrecuperável. Tínhamos
filmado pessoas assistindo aos jogos da Copa", diz Moreira.
Outras produtoras tiveram perdas menos dramáticas, por já possuírem cópias telecinadas dos filmes queimados.
É o caso da O2 e da Zero Filmes.
A primeira perdeu negativos de
comerciais da Volkswagen e da
Brastemp. A outra perdeu dois videoclipes.
(IVAN FINOTTI)
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