São Paulo, segunda, 6 de julho de 1998

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"É o fim de uma geração pioneira'

da Reportagem Local

A sucessão de violências sofridas pelo Estúdio Abertura conseguiu aniquilar o núcleo da geração pioneira no telecine brasileiro.
"Esse núcleo morre com um espinho no coração", diz Guto Carvalho, da Trattoria di Frame. Carvalho participou dessa geração, ao lado do produtor Alex Pimentel.
"Alex trouxe credibilidade à telecinagem na virada dos anos 80 para os 90. Foi ele quem comandou a virada da finalização em cinema para o vídeo", conta.
Em 1989, Pimentel trouxe ao Brasil, por meio de sua produtora New Vision, um telecine Flying Spot Gold. Era uma nova tecnologia, que permitia finalização em vídeo com o rigor que se tinha no cinema, sem perda de qualidade.
Até então, finalizava-se em película. "Se a cor estivesse muito azulada, colocávamos um filtro vermelho. Mas tínhamos que esperar revelar e depois projetar. Não podia haver erro, ou perdiam-se dias", diz Carvalho.
Com a chegada do telecine, a colocação de um filtro colorido e a visualização do resultado na imagem, por exemplo, passaram a ser feitas instantaneamente.
No início dos anos 90, a New Vision foi comprada pelo Estúdio Abertura, que manteve esse caráter pioneiro. "É uma perda histórica", resume Guto Carvalho.
Alex Pimentel, entretanto, não compartilha do sentimento. "Não acho que houve perda histórica. Houve apenas perda de equipamento", diz ele, hoje diretor técnico da Casablanca. (IF)



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