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Primeira apresentação do festival de inverno da cidade teve Heitor Villa-Lobos e Gershwin
Clima hollywoodiano marca abertura
IRINEU FRANCO PERPETUO
enviado especial a Campos do Jordão
Propaganda do governo Covas
e boa música fizeram a abertura
do 29º Festival de Inverno de
Campos do Jordão.
O concerto de sábado foi precedido por pronunciamentos do
secretário de Estado da Cultura,
Antonio Angarita, e do diretor
artístico da Orquestra Sinfônica
do Estado de São Paulo (Osesp),
John Neschling. Ambos elogiaram o governador.
O "Hino Nacional Brasileiro"
teve como novidade a participação do Coral Sinfônico do Estado de São Paulo -primo pobre
da Osesp, que não decepcionou.
Se alguém ainda tinha dúvida
do caráter rossiniano de nosso
hino, esta deve ter ficado dirimida pela leitura de Neschling. O
maestro forçava sempre os contrastes, obtendo clímax de caráter hollywoodiano.
Neschling comemorou o centenário de Gershwin com uma
interpretação cheia de "swing"
de "Um Americano em Paris" e
"Rhapsody in Blue".
"Rhapsody" sofreu de um
mal que acomete todos os concertos festivos -a auto-indulgência. James Tocco, o pianista
americano, resolveu usar e abusar da improvisação. Nisto não
haveria mal, não fossem os inúmeros escorregões ocasionados
por essa escolha interpretativa.
A melhor realização da noite
foi "Choros Nº 10", de Villa-Lobos, painel sinfônico no
qual a estrutura harmônica é sobrepujada pelo jogo rítmico.
Saldo da noite: muitos aplausos e dois bis. O caráter exibicionista do concerto da Osesp pode
não ser do agrado de todos. Mas
não há como negar que a orquestra tinha algo a exibir.
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