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Zairense Kanza desmistifica a África
da Reportagem Local
"3", novo CD do cantor Lokua Kanza (depois de "Lokua Kanza" e "Wapi Yo"), vai mudar aquela idéia preconcebida de que música africana é só batuque. Em 97, ele esteve aqui, no Heineken Concerts, e mostrou que a África também era sinônimo de sincretismo rítmico e linguístico (ele canta em swahili, lingala, francês e inglês). Foi ovacionado, afinal era muito pop.
Em "3", investe nas baladas românticas, mas flerta também com salsa, bossa nova e até MPB (como no refrão de "Meu Amor", assim mesmo, em português, uma das faixas mais agradáveis do CD).
Mas o zairense Kanza não renega suas origens. "Nós jamais perdemos nossas raízes. Somos como um tronco que é jogado no rio. Ele nunca se tornará um crocodilo. O africano pode viver na Europa ou nos EUA, mas nunca será branco", disse Lokua Kanza à Folha.
Cosmopolita e com uma voz delicada e de grande extensão, o cantor passa longe de qualquer exotismo. Outro destaque é seu violão pouco clássico (base do CD), que é tocado de maneira percussiva, misturando influências africanas, clássicas e jazzísticas.
(CF)
Avaliação:
Disco: 3
Artista: Lokua Kanza
Lançamento: BMG
Quanto: R$ 18, em média
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