São Paulo, quarta-feira, 06 de agosto de 2008

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Reinventado, The Hives toca em SP

Quinteto sueco faz show em 6 de setembro no Via Funchal, agora com uma sonoridade mais dançante

JOSÉ FLÁVIO JÚNIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No começo desta década, quando o rock experimentou um dos momentos mais populares dos últimos tempos, o sueco The Hives era o responsável pelas guitarras mais velozes da turma. Em identidade visual, empatava com Strokes e White Stripes. Em energia, deixava as rivais no chinelo.
O Hives que toca no Via Funchal no dia 6/9 (informações: www.viafunchal.com.br), como atração principal do festival Orloff Five, é um pouco diferente. Os suecos não são mais tão reféns do rock de garagem, o que fica claro em "The Black and White Album" (2007), seu trabalho mais recente.
Após oito anos construindo a carreira na Suécia, o grupo chamou a atenção com a coletânea "Your New Favourite Band", lançada na Inglaterra em 2001.
Três anos depois, reapareceu com seu melhor trabalho, "Tyrannosaurus Hives", mas experimentou uma ressaca brava e viu seu prestígio cair.
No ano passado, se reinventou. Gravado em oito estúdios diferentes, sob supervisão de quatro produtores, "The Black and White Album" mostrou que os cinco amigos podiam flertar com elementos da dance music, como baixos suingantes e programações eletrônicas.
O grupo também participou do último disco solo de Timbaland. Produtor mais quente do momento, ele também deveria gravar faixas do CD do Hives, mas... "Trabalhar com ele é muito esquisito", diz o vocalista Howlin" Pelle Almqvist, de Munique. "O cara só sabe fazer "Timbaland music", não consegue gravar algo diferente daquilo. Aprendemos muito, mas, sinceramente, as músicas que gravamos com ele não ficaram tão boas quanto as que entraram no álbum. Sequer finalizamos as faixas", diz.
Sobre o fracasso de "Tyrannosaurus Hives", Pelle culpa a falta de empenho da gravadora. "Não havia tanta grana para promover aquele disco." E aproveita para dizer umas palavras de consolo para o Cansei de Ser Sexy, que viu seu álbum "Donkey" ser bombardeado com críticas negativas, principalmente na Inglaterra.
"O Reino Unido é diferente do resto do mundo. Lá, eles estão preparados para não gostar do seu segundo disco. Precisam ter bandas novas o tempo inteiro. O Hives já passou por isso mas segue tocando para o mesmo número de pessoas. E, nos EUA, estamos até maiores."
Com relação à geração que chacoalhou o rock na virada do milênio, o vocalista não é nada humilde. "Vejo o que aconteceu como um retorno para o que é bom. Antes da gente, a música que estava nas rádios e nas TVs era terrível. E nós continuamos bem, o White Stripes está melhor do que nunca, o Strokes está ok..." Esqueceu-se apenas do The Vines. Mas, afinal, quem se lembra?


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