São Paulo, quarta-feira, 06 de agosto de 2008

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Crítica/show

Grupo mira nos detalhes em show sem excessos

DO ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK

Os fãs permanecem quase imóveis, não há conversa de lado; olhos e ouvidos estão focados no palco.
Em show do National, cada acorde de guitarra, qualquer detalhe vocal, tudo assume importância definitiva. É música feita de minúcias; nada está ali por acaso.
Banda norte-americana surgida há pouco menos de dez anos, o National tem no vocalista Matt Berninger seu ponto de referência. A Folha assistiu a dois shows do grupo: no ciclo Summer Stage, no Central Park, em Nova York, anteontem; no domingo, eles tocaram em um dos palcos do Lollapalooza, em Chicago.
Na verdade, a referência não é Berninger, mas sua voz grave e profunda. Ele não é um showman; pelo contrário -tímido, quando fala com o público é para agradecer a presença de tanta gente (ambos os palcos receberam grande público).
Se na entrevista feita pouco antes do segundo show Berninger parecia o cara mais feliz do mundo ao lado da mulher, no palco o vocalista exala uma tensão perturbadora, em movimentos que lembram um Ian Curtis menos performático.
Se a voz de Berninger vai na direção de Nick Cave e de Tom Waits, a banda remete a Smiths, Tindersticks e Joy Division, com guitarras bem delineadas e um clima nada festivo.
As canções tratam de temas como envelhecimento, deslocamento, arrependimento. Não há espaço para farras, excessos, hedonismos (não que essas coisas não sejam legais em bandas de rock, mas o National busca outras sensações).
Os shows são baseados nas faixas do disco mais recente, "Boxer", e no anterior, "Alligator". Duas faixas desses álbuns sintetizam o espírito do grupo: respectivamente, "Mistaken for Strangers" e "Baby, We'll Be Fine". Sublime é pouco. (TN)

Avaliação: ótimo


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