São Paulo, quarta-feira, 06 de setembro de 2000

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Canadense mostra dia 12, no Bourbon Street, em SP, show baseado em seu novo CD
O doce balanço de Diana Krall a caminho do Brasil

Reuters
A cantora e pianista Diana Krall, que se apresenta em São Paulo, dia 12, no Diners Club Jazz Nights



"When I Look in Your Eyes", novo disco da pianista, foi influenciado por "Amoroso", de João Gilberto

CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Que coisa mais linda, mais cheia de graça. Diana Krall acaba de gravar uma versão de "Garota de Ipanema" e está trazendo de volta ao Brasil o doce balanço de seu piano e voz. A canadense apresenta dia 12, no Bourbon Street, em São Paulo, repertório baseado em "When I Look in Your Eyes", seu álbum mais recente (99). É a segunda vez que vem ao Brasil -esteve no Free Jazz em 97.
De Rochester (NY), onde fez um de seus "300 shows anuais", Krall falou à Folha sobre a apresentação no país e a admiração por "Amoroso", de João Gilberto.

Folha - Em 97, no Brasil, você falou em um CD com músicas brasileiras. Como anda o projeto?
Diana Krall -
Eu gostaria de fazer um trabalho só com músicas de Jobim, João Gilberto. Mas acho que ainda não é o momento. Não sei se conseguiria fazer isso bem. Há pouco, gravei "Garoto de Ipanema", com Rosemary Clooney.

Folha - Como será o show?
Krall -
Será como minhas apresentações comuns. Eu toco as canções do novo álbum ("When I Look in Your Eyes") e algumas dos anteriores. Mas eu não planejo muito meu repertório.

Folha - No início de sua carreira, o lado instrumental era mais evidente. Agora parece que você está se concentrando na voz.
Krall -
Ambos me interessam. No CD mais recente, investi em um vocal realmente forte, pois estava trabalhando com cordas. Não tinha como o piano aparecer muito. Não tinha como pôr dez pianos na gravação. Em músicas como "Let's Face the Music and Dance" e em "I've Got You under My Skin" quis fazer um piano minimalista. Foi um desafio.

Folha - As resenhas sobre seus discos e shows falam de sua admiração pelo pianista Fats Waller (1904-1943) e por Nat King Cole (1917-1965). Suas influências terminam nos anos 40?
Krall -
Isso é mania da imprensa. Fats foi importante quando eu tinha 5 ou 6 anos. Adoro Nat King Cole, mas sempre ouvi de tudo. Bill Evans, Keith Jarrett, Oscar Peterson foram muito importantes para mim, assim como Supertramp ou Joni Mitchel, que tenho escutado muito.

Folha - E João Gilberto? Você disse que é um de seus prediletos.
Krall -
"Amoroso", de João Gilberto, influenciou meu novo CD. Ouvi-o durante todo o verão passado. É uma obra-prima. Se eu só pudesse ouvir um disco, seria ele. É tão simples e encantador. Simplicidade é uma das qualidades mais difíceis de atingir. E a que mais busco.


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