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São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2003

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FILMES

TV ABERTA

Roman Polanski investe no terror sutil

Sequestro do Terror
Globo, 23h.

(Held for Ransom). EUA, 2000, 87 min. Direção: Lee Stanley. Com Dennis Hopper, Zachery Ty Bryan. Hopper é o sequestrador maluco de um ônibus escolar que mantém seus prisioneiros ilhados em lugar de onde é virtualmente impossível escapar. Já do filme pode-se, bem ou mal, fugir. Inédito.

O Último Portal
SBT, 23h45.

(The Ninth Gate). EUA, 99, 132 min. Direção: Roman Polanski. Com Johnny Depp, Lena Olin, Frank Langella. Sinistro milionário (Langella) contrata Depp para localizar e comprar livro com o poder de, entre outros, evocar o demônio. No gênero terror sutil, Polanski já fez melhor (em "O Bebê de Rosemary"). Inédito.

Emmanuelle - Um Arremesso Final
Bandeirantes, 1h.

(Emmanuelle - One Final Fling). França, 94, 87 min. Direção: Jean-Jacques Lamore. Com Krista Allen, Kimberley Rowe. Emmanuelle leva amante extraterrestre a certos pontos turísticos de nosso planeta. Evidentemente, o ponto turístico que visa o filme todos sabemos qual é.

Dilúvio - A Ira de um Rio
SBT, 2h25.

(Flood: A River's Rampage). Canadá, 97. Direção: Bruce Pittman. Com Richard Thomas, Kate Vernon, Nigel Bennett. Em 1933, não bastasse a Depressão, uma grande enchente atinge as margens do rio Mississipi. O filme fixa-se sobre o acontecimento, tal como atingiu a cidade de Belfield. Fato muito relevante (lembrar: "Rio Violento", de Elia Kazan) em filme feito para TV.

Clube dos Cafajestes
Globo, 2h40

(National Lampoon's Animal House). EUA, 78, 105 min. Direção: John Landis. Com John Belushi, Tim Matheson, Donald Sutherland. Estudantes pouco chegados à ordem e à disciplina botam o campus de ponta-cabeça. Landis leva a comédia com elegância e humor.

Terremoto
SBT, 4h10.

(Earthquake). EUA, 74, 148 min. Direção: Mark Robson. Com Charlton Heston, Ava Gardner, George Kennedy, Geneviève Bujold. Exemplo característico do chamado "filme catástrofe" dos anos 70, em que uma grande desgraça (afundamento de navios, incêndio de edifícios etc.) e a maneira como afetava uma série de atores convidados eram o centro dos acontecimentos. Aqui, trata-se de um grande terremoto em Los Angeles. O interesse dramático é mínimo. Tudo se sustenta nas imagens espetaculares da destruição, que (pelo menos na tela grande) são de fato impressionantes. Só para São Paulo. (IA)

TV PAGA

Produções expõem triunfo da imaginação

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O Eurochannel passa "Os Companheiros", de Mario Monicelli; o Cinemax Prime passa "Traffic", de Steven Soderbergh.
Anos 60, no primeiro caso, anos 90, no segundo. Política, no primeiro caso; drogas, no segundo.
"Os Companheiros" é quase um manual de greve, mitigado apenas pelo fato de o protagonista ser um professor anarquista. O cinema, nesse tempo, via-se como a arte por excelência do século 20, como tal não podia deixar de intervir na vida política.
Na época, a disputa era intensa. Acreditava-se que era possível, a curto prazo, o proletariado tomar o poder. Ainda que não se acreditasse, existia no ar um clima de rebeldia em vários níveis que desembocaria nos movimentos estudantis de 1968. Embora seja um filme de fatura tradicional, "Os Companheiros" trazia a marca de seu tempo.
De certo modo, "Traffic" também traz. A primeira delas, a bem dizer, é uma não-marca, é a visão de mundo de Sodebergh, que parece mudar a cada filme (junto com o estilo).
Temos aqui, na parte mais interessante, um juiz conservador que descobre a horas tantas as atividades da filha, viciada. A ficção se desenvolve aqui em mais de um nível: não se trata apenas de um caso ficcional, mas da ficção que o juiz desenvolve a respeito daqueles a quem combate (traficantes) e da própria filha.
Em "Os Companheiros", a ficção diz respeito à luta de classe, essa entidade ora desmoralizada. Em "Traffic", ela mistura justiça (abstrata) e vida íntima, assim como interferência da fantasia no real. No limite, pode-se perguntar se o barato do magistrado, ao julgar, não era similar ao da filha ao se drogar.
Em ambas as hipóteses, existe um triunfo contemporâneo, não necessariamente muito saudável, da imaginação.


OS COMPANHEIROS. Quando: hoje, às 12h, no Eurochannel.

TRAFFIC. Quando: hoje, à 0h45, no Cinemax Prime.



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