São Paulo, Quarta-feira, 06 de Outubro de 1999 |
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MODA PRIMAVERA-VERÃO 2000 Status é a palavra do dia nos desfiles de Paris
ERIKA PALOMINO enviada especial a Paris Grifes, logos, roupas caras. O começo da semana na temporada do prêt-à-porter de primavera-verão 2000 em Paris é puro status. Em tempos de crise na moda, o início do século parece querer recuperar alguns valores dos anos 80, para valorizar o produto, estimular a venda e colocar em evidência quem o usa. Em um badalado desfile no imponente prédio de vidros transparentes no parque André Citroen, anteontem, a Louis Vuitton saiu na frente. O processo da revalorização do luxo começou em meados dos anos 90, com as grandes casas internacionais de acessórios, como Gucci e Prada. Agora, nesse segundo momento, a LV remixa o fundamento que colocou a própria Prada como coqueluche internacional: estampas marcantes (aqui elas são cubistas, bolinhas, monogramas), formas universais (a sensualidade da frente-única/écharpe), cores neutras e esquisitas (pistache, amarelo lavado, lilás, salmão, laranja), em combinações inusitadas. E ainda itens identificáveis aos olhos de fashionistas e "fashion victims" -as sensacionais bolsas da marca, cada vez mais criativas. Talvez a mais emblemática delas seja a "status bag", bolsinha pequena, com monogramas, com duas largas correntes douradas, tão longas que a peça pode ser usada transpassada. O conceito de roupa para o "jet set", criado pelo estilista Marc Jacobs em sua entrada na marca, foi mais desenvolvido em mais roupas para o dia, para uma vida em férias, mesmo na cidade. Faltava ainda o golpe de mestre: o jeans especialíssimo da marca, escuro e stretch, sem cara de jeans, usado meio baggy, com cintura baixa e, claro, cinto LV. Como garota-propaganda da "dolce vita" LV, quem mais? Claudia Schiffer, emblema de tudo isso, numa cinematográfica capa amarela. E quem não pode nem sonhar em comprar nada disso pode entrar na loja e adquirir o simpático prendedor de cabelos de quadradinhos, daqueles com elásticos, que todas as bem-nascidas "it-girls" Vuitton usavam no desfile. Mais grifes. Pierre Balmain é "hot ticket" de novo, com o estilista Gilles Dufour, ex-maison Chanel, que conquistou editores de moda com um estilo revitalizado para a casa. Assimétricas e sensuais saias de couro pintadas a mão, junto ao preciso "styling" de cabelos amassados, são o comentário dos insiders. Por outro lado, em franco momento Yves Saint Laurent, a marca trouxe apenas o previsível (ternos, pretinhos, casacos de chuva em couro). Uma pena para o estilista Alber Elbaz, justamente na hora da valorização de um dos itens clássicos da elegância francesa, a chemise (camisa de seda, fechada). A maison está na boca de todos também pelo fato de que espera-se para sexta a decisão sobre a Gucci tomar ou não controle da marca, na estação em que o poder e o dinheiro trocam de mãos, no macrouniverso fashion. Texto Anterior: Harry Potter chega ao Brasil pela Rocco Próximo Texto: O destaque: Valentino esbanja bom gosto florido Índice |
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