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Nova geração mantém viva poesia popular
DA REPORTAGEM LOCAL
O cearense Antônio Klévisson
Viana Lima, 28, da nova geração
de cordelistas do Nordeste, é uma
prova de que o gênero continua
com prestígio e importância na
região. Autor de 32 livretos, divide
os seus temas entre a sátira, o romance e o cordel-reportagem.
O seu recente "O Terrível Assassinato de Seis Empresários Portugueses ou o Monstro Lusitano",
sobre um crime ocorrido em Fortaleza que resultou na morte de
um grupo de turistas de Lisboa,
vendeu 6.000 exemplares e lidera
a lista dos mais procurados.
"Muitos poetas, desanimados,
desistiram do cordel, mas esse crime e a guerra da América são
mostras de que esse tipo de poesia-crônica está mais viva do que
nunca", diz Klévisson, que, além
do cordel, atua no cartum de humor. Dono, com o irmão Arievaldo, da Tupynanquim Editora,
Klévisson nasceu em Quixeramobim (CE).
Além dos novos cordelistas do
Nordeste, Klévisson mantém no
catálogo das suas edições os clássicos da poesia popular, como
Leandro Gomes de Barros, João
Martins de Athayde, João Ferreira
de Lima, José Pacheco, Severino
Milanés, José Bernardo da Silva e
José Camelo de Melo Rezende.
A Tupynanquim tem um catálogo, formado nos últimos três
anos, de 120 obras de cordelistas.
Faz parte desse repertório, o poeta
Azulão, o primeiro no Brasil a
usar microfone para vender seus
cordéis e que hoje atua na feira de
São Cristóvão, no Rio.
O pesquisador paraibano Assis
Ângelo, autor de "A Presença dos
Cordelistas e Cantadores Repentistas em São Paulo" (editora
Ibrasa), diz que o gênero vive um
bom momento, depois de quase
agonizar nas últimas décadas.
A mostra "100 Anos de Cordel",
organizada pelo jornalista alagoano Audálio Dantas no Sesc Pompéia, no início deste ano, ajudou a
mexer com os ânimos dos cordelistas. "Exibiram a nossa resistência, prova de que estamos na
guerra de novo", diz o poeta e xilogravurista Marcelo Soares, que
mantém a Folheteria Cordel, em
Timbaúba, Pernambuco.
(XS)
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