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TEATRO
Professores da instituição de Santo André não recebem desde setembro; alunos participam da manifestação
Ato público quer evitar "esvaziamento" da Escola Livre
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Alunos, professores e funcionários da Escola Livre de Teatro de
Santo André realizam hoje, às
16h, no centro da cidade do ABC
paulista, ato público pelo pagamento dos salários atrasados e pela manutenção das atividades.
O coordenador da instituição,
Kil Abreu, 34, afirma que os professores estão sem receber desde
setembro. A diretora de Cultura
de Santo André, Marta Betânia
Juliano, 49, atribui o atraso à
"conjuntura econômica e à queda
na arrecadação da prefeitura". Foi
criado um cronograma para que
os salários sejam pagos retroativamente a partir de fevereiro. Há
estudos para que a situação seja
revertida com intermediação da
Câmara Municipal.
Segundo Juliano, o orçamento
anual da escola é de R$ 350 mil,
referente aos projetos de formação e descontados a infra-estrutura. São 16 professores que atuam
em dez turmas (interpretação, direção, dramaturgia etc.), com um
total de 200 alunos.
"A Escola Livre de Teatro é um
projeto maravilhoso, importante
não só para Santo André, mas para São Paulo, para o Brasil, um
centro de excelência de criação",
diz a diretora de Cultura, que descarta o fechamento e afirma que
"o governo municipal é sensível à
instituição".
"A gente quer o respaldo da comunidade e da prefeitura para
que a escola não seja esvaziada",
afirma o dramaturgo Luís Alberto
de Abreu, 49, da Fraternal Cia. de
Artes e Malas-Artes, coordenador
de dramaturgia da instituição.
Abreu lembra de meados dos
anos 90, quando a Escola Livre de
Teatro (ELT) foi desarticulada
durante a gestão do prefeito Nilton Brandão, do PTB (1993-2001),
que sucedeu ao primeiro governo
de Celso Daniel, do PT (1989-92).
Daniel foi assassinado em janeiro
de 2002, quando exercia o segundo mandato. Assumiu o seu vice,
João Avamileno (PT).
No ano passado, Abreu e outros
integrantes da ELT foram a Belo
Horizonte a convite do grupo
Galpão, que se inspirou no modelo de formação da escola para os
cursos realizados em sua sede.
A ELT foi criada em 90 como
um dos principais projetos de Daniel para a área de cultura. Funcionando em prédio anexo ao teatro municipal Conchita de Moraes, a escola foi desenvolvida e
coordenada pela encenadora Maria Thaís e pelo então secretário
de Cultura, Celso Frateschi.
ATO PÚBLICO PELA ESCOLA LIVRE DE
TEATRO DE SANTO ANDRÉ. Hoje, às
16h, no paço municipal (pça. IV
Centenário, centro).
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