São Paulo, quarta-feira, 06 de novembro de 2002

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TEATRO

Professores da instituição de Santo André não recebem desde setembro; alunos participam da manifestação

Ato público quer evitar "esvaziamento" da Escola Livre

VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Alunos, professores e funcionários da Escola Livre de Teatro de Santo André realizam hoje, às 16h, no centro da cidade do ABC paulista, ato público pelo pagamento dos salários atrasados e pela manutenção das atividades.
O coordenador da instituição, Kil Abreu, 34, afirma que os professores estão sem receber desde setembro. A diretora de Cultura de Santo André, Marta Betânia Juliano, 49, atribui o atraso à "conjuntura econômica e à queda na arrecadação da prefeitura". Foi criado um cronograma para que os salários sejam pagos retroativamente a partir de fevereiro. Há estudos para que a situação seja revertida com intermediação da Câmara Municipal.
Segundo Juliano, o orçamento anual da escola é de R$ 350 mil, referente aos projetos de formação e descontados a infra-estrutura. São 16 professores que atuam em dez turmas (interpretação, direção, dramaturgia etc.), com um total de 200 alunos.
"A Escola Livre de Teatro é um projeto maravilhoso, importante não só para Santo André, mas para São Paulo, para o Brasil, um centro de excelência de criação", diz a diretora de Cultura, que descarta o fechamento e afirma que "o governo municipal é sensível à instituição".
"A gente quer o respaldo da comunidade e da prefeitura para que a escola não seja esvaziada", afirma o dramaturgo Luís Alberto de Abreu, 49, da Fraternal Cia. de Artes e Malas-Artes, coordenador de dramaturgia da instituição.
Abreu lembra de meados dos anos 90, quando a Escola Livre de Teatro (ELT) foi desarticulada durante a gestão do prefeito Nilton Brandão, do PTB (1993-2001), que sucedeu ao primeiro governo de Celso Daniel, do PT (1989-92). Daniel foi assassinado em janeiro de 2002, quando exercia o segundo mandato. Assumiu o seu vice, João Avamileno (PT).
No ano passado, Abreu e outros integrantes da ELT foram a Belo Horizonte a convite do grupo Galpão, que se inspirou no modelo de formação da escola para os cursos realizados em sua sede.
A ELT foi criada em 90 como um dos principais projetos de Daniel para a área de cultura. Funcionando em prédio anexo ao teatro municipal Conchita de Moraes, a escola foi desenvolvida e coordenada pela encenadora Maria Thaís e pelo então secretário de Cultura, Celso Frateschi.


ATO PÚBLICO PELA ESCOLA LIVRE DE TEATRO DE SANTO ANDRÉ. Hoje, às 16h, no paço municipal (pça. IV Centenário, centro).




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