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De Stone a Benigni, todos querem um pedaço
DA REPORTAGEM LOCAL
Na melhor tradição "comportamento de manada" que rege
Hollywood e a indústria do entretenimento norte-americana em
geral, "Over There" parece ter
aberto a comporta de obras que
têm como tema ou citam a invasão do Iraque. Há telefilmes, filmes, peças, livros e até uma "graphic novel" em diferentes etapas
de produção. A seguir, a Folha
destaca os mais significativos ou
com nomes mais relevantes.
Os principais são um filme que
a Universal desenvolve sobre a
batalha de Fallujah, baseado no livro "No True Glory", do ex-assessor de Bush e ex-fuzileiro naval
Bing West, que terá Harrison
Ford como um general, ainda sem
data de estréia, e "Jarhead" ("cabeça de jarra", em inglês), que estreou sexta-feira nos EUA.
Dirigido pelo mesmo Sam Mendes de "Beleza Americana", é baseado no best-seller homônimo
de outro fuzileiro naval, Anthony
Swofford, de 2003, que conta a
história do militar, que esteve em
diversas empreitadas dos EUA
no, digamos, setor bélico desde a
Guerra do Golfo, em 1991.
É um tocante libelo antiguerra e,
embora se passe principalmente
na primeira batalha do Iraque, a
comparação é evidente -como
quando um soldado diz: "Nós
nunca mais voltaremos para cá".
Em espécie de "outro lado", ou
outra visão da mesma história,
aparece o amaldiçoado filme baseado no best-seller "O Blog de
Bagdá", por sua vez baseado no
diário virtual que o arquiteto iraquiano homossexual de 29 anos
escrevia clandestinamente a partir da capital do Iraque sob Saddam, enquanto choviam bombas
e mísseis naquele março de 2003.
O acordo foi assinado em 2004
com a Intermedia, o blogueiro foi
personagem de ou dirigiu dois
documentários desde então, chegou a ter uma coluna no jornal
londrino "Guardian" -e o filme
de ficção não sai do papel. Talvez
isso explique o título do atual blog
que Salam Pax mantém: "Cale a
boca, seu gordo chorão!".
Outro que anunciou que deve
começar seu filme ficcional focado no 11 de Setembro mas nele
tratar da invasão do Iraque -como fez Michael Moore, só que em
documentário- é Oliver Stone,
uma espécie de cronista da história recente norte-americana, quase sempre sob o viés da teoria da
conspiração ("JFK", "Nixon",
"Nascido em 4 de Julho").
Pouco se sabe do filme, que já
causa polêmica entre as famílias
dos sobreviventes de ambos os
eventos, a não ser que Nicolas Cage deve ser o protagonista e que
seu diretor é também o autor da
polêmica frase, dita em outubro
de 2001, que reza que o 11 de Setembro foi uma "revolta" contra
as "corporações multinacionais".
Por fim, o intenso ator italiano
Roberto Benigni estreou em seu
país "O Tigre e a Neve", em outubro último, que vai na mesma linha de buscar a fábula por trás da
desgraça que lhe valeu o Oscar em
1997 por "A Vida É Bela". Daquela
vez, era o nazismo; agora, é o caos
pós-invasão iraquiana. "Não é um
filme ideológico", disse. (SD)
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