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Crítica
Wim Wenders alcança o ápice em "Amigo Americano"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Wim Wenders vivia na Alemanha namorando a América
-essa terra do sonho cinematográfico. Isso rendeu aos filmes que fez ao longo dos anos
70 uma leveza e uma fluência
característicos: tinha pouco do
romantismo de um Herzog ou
do desespero inconformista de
um Fassbinder.
"O Amigo Americano" (TC
Cult, 19h40), de 1977, talvez seja o apogeu de sua carreira. Na
adaptação do livro de Patricia
Highsmith, ele reunia um mito
dos anos 60/70 na pessoa de
Dennis Hopper e um fantástico
ator alemão, Bruno Ganz. De
quebra, introduzia no elenco a
figura tutelar (e belíssima) de
Nicholas Ray, mito do cinema,
diretor de "Johnny Guitar" e
"Juventude Transviada", entre
outras obras-primas.
Wenders estava em seu ambiente: na Alemanha, cercado
de presença americana, de
Tom Ripley (Hopper) e um crime envolvendo falsificação, vigarice, sordidez, niilismo. Uma
beleza. Depois veio a América
de verdade. E Wenders nunca
mais foi o mesmo.
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