São Paulo, sexta-feira, 06 de novembro de 2009

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Última Moda

ALCINO LEITE NETO - ultima.moda@grupofolha.com.br

Amir Slama lança nova grife

Marca de moda praia estreia em maio de 2010; estilista conta por que se desligou da Rosa Chá

Em maio deste ano, o estilista Amir Slama anunciou o seu desligamento da Rosa Chá, grife que ele criou em 1993, transformou em referência da moda praia brasileira e, depois, vendeu ao grupo Marisol.
Com o desenlace infeliz do negócio com a poderosa malharia catarinense, muita gente pensou que Amir iria dar um tempo das coisas da moda e passaria a se dedicar aos seus clubes noturnos sofisticados -além do Mokai e do 3P4, ele é um dos sócios do novo Club A.
Engano total. Na surdina, o estilista estava montando uma nova grife de beachwear. Batizada com o seu próprio nome, a marca Amir Slama mostrará a primeira coleção em maio próximo. Mas não espere um desfile. "Quero evitar, pois os desfiles estão muito desgastados. Servem mais à imprensa do que ao consumidor", afirma.
Amir também criou uma série de roupas de moda praia para a C&A -lançada nesta semana com as coleções de Reinaldo Lourenço e de Isabela Capeto. "São roupas baratas, mas de qualidade. Hoje, qualidade não é diferencial, é exigência do consumidor, seja para roupas caras, seja para as baratas".
Além disso, ele se tornou diretor criativo da Trousseau, de roupas de cama, mesa e banho, e planejou um conjunto de produtos para a Tok Stok, como toalhas e guarda-sóis.
A hiperatividade de Amir, 42, é uma resposta ao que passou. "Eu estava engessado. Todas essas atividades fazem parte de meu desejo atual de expressão", diz. Conta que a sociedade com a Marisol -dona da Lilica Ripilica- não seguiu o rumo que esperava e que seu trabalho na Rosa Chá, nos últimos tempos, era cada vez mais limitado.
Tudo começou em abril de 2006, quando ele vendeu 75% da Rosa Chá para o grupo. "Eu me associei porque tinha problemas de produção, não conseguia atender a demanda."
Uma fábrica dedicada exclusivamente à produção complexa da Rosa Chá, com cerca de 500 empregados, foi criada pela Marisol em Jaraguá do Sul (SC), na sede do grupo.
No final de 2008, o sonho de Amir começou a despencar. A fábrica própria foi desativada, e a produção, terceirizada. Para o estilista, houve problemas de produção e de logística. "Alegaram que tudo tinha ficado caro, mas estavam produzindo a metade dos produtos que eu fazia com o dobro de pessoal."
Aborrecido, Amir vendeu os 25% restantes, permanecendo como diretor de criação. "Na verdade, passei a não cuidar inteiramente das coleções. Eu tinha cotas de criação. De 120 itens, por exemplo, eu deveria fazer apenas oito ou dez mais elaborados", revela. Em maio, deixou a Rosa Chá. Para substitui-lo, o grupo Marisol contratou Alexandre Herchcovitch.
Tudo isso são águas passadas. Mas, quando indagado sobre a expansão dos grupos de moda, responde: "Para serem chamados de "grupos de moda", precisam ganhar um pouco mais de corpo. Faltam profissionais gabaritados para trabalhar com o mercado de luxo brasileiro".
A nova grife Amir Slama deve abrir sua primeira loja no ano que vem, em São Paulo. Também estão planejadas lojas no Rio e em Nova York.

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