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Última Moda
ALCINO LEITE NETO - ultima.moda@grupofolha.com.br
Amir Slama lança nova grife
Marca de moda praia estreia em maio de 2010; estilista conta por que se desligou
da Rosa Chá
Em maio deste ano, o estilista Amir Slama anunciou o seu
desligamento da Rosa Chá, grife que ele criou em 1993, transformou em referência da moda
praia brasileira e, depois, vendeu ao grupo Marisol.
Com o desenlace infeliz do
negócio com a poderosa malharia catarinense, muita gente
pensou que Amir iria dar um
tempo das coisas da moda e
passaria a se dedicar aos seus
clubes noturnos sofisticados
-além do Mokai e do 3P4, ele é
um dos sócios do novo Club A.
Engano total. Na surdina, o
estilista estava montando uma
nova grife de beachwear. Batizada com o seu próprio nome, a
marca Amir Slama mostrará a
primeira coleção em maio próximo. Mas não espere um desfile. "Quero evitar, pois os desfiles estão muito desgastados.
Servem mais à imprensa do que
ao consumidor", afirma.
Amir também criou uma série de roupas de moda praia para a C&A -lançada nesta semana com as coleções de Reinaldo
Lourenço e de Isabela Capeto.
"São roupas baratas, mas de
qualidade. Hoje, qualidade não
é diferencial, é exigência do
consumidor, seja para roupas
caras, seja para as baratas".
Além disso, ele se tornou diretor criativo da Trousseau, de
roupas de cama, mesa e banho,
e planejou um conjunto de produtos para a Tok Stok, como
toalhas e guarda-sóis.
A hiperatividade de Amir, 42,
é uma resposta ao que passou.
"Eu estava engessado. Todas
essas atividades fazem parte de
meu desejo atual de expressão", diz. Conta que a sociedade
com a Marisol -dona da Lilica
Ripilica- não seguiu o rumo
que esperava e que seu trabalho
na Rosa Chá, nos últimos tempos, era cada vez mais limitado.
Tudo começou em abril de
2006, quando ele vendeu 75%
da Rosa Chá para o grupo. "Eu
me associei porque tinha problemas de produção, não conseguia atender a demanda."
Uma fábrica dedicada exclusivamente à produção complexa da Rosa Chá, com cerca de
500 empregados, foi criada pela Marisol em Jaraguá do Sul
(SC), na sede do grupo.
No final de 2008, o sonho de
Amir começou a despencar. A
fábrica própria foi desativada, e
a produção, terceirizada. Para o
estilista, houve problemas de
produção e de logística. "Alegaram que tudo tinha ficado caro,
mas estavam produzindo a metade dos produtos que eu fazia
com o dobro de pessoal."
Aborrecido, Amir vendeu os
25% restantes, permanecendo
como diretor de criação. "Na
verdade, passei a não cuidar inteiramente das coleções. Eu tinha cotas de criação. De 120
itens, por exemplo, eu deveria
fazer apenas oito ou dez mais
elaborados", revela. Em maio,
deixou a Rosa Chá. Para substitui-lo, o grupo Marisol contratou Alexandre Herchcovitch.
Tudo isso são águas passadas.
Mas, quando indagado sobre a
expansão dos grupos de moda,
responde: "Para serem chamados de "grupos de moda", precisam ganhar um pouco mais de
corpo. Faltam profissionais gabaritados para trabalhar com o
mercado de luxo brasileiro".
A nova grife Amir Slama deve
abrir sua primeira loja no ano
que vem, em São Paulo. Também estão planejadas lojas no
Rio e em Nova York.
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