São Paulo, Segunda-feira, 06 de Dezembro de 1999


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RELÂMPAGOS

A folga do soldado

JOÃO GILBERTO NOLL

No quartel me gozam. Acendo velas num esconderijo que a rapaziada acabou descobrindo. É para alguém que, mesmo não sendo nada meu, verte sobre mim sua saliente atenção. Por puro vício, eu sei. Encosto a chama na pele. Peso o que não devo fazer. "Fazer?", pergunto ao vento, aqui, nesse refúgio para onde venho nas folgas. Lugar que me envelhece estupidamente. Qual um ancião, queimo o excesso de coisas. Quase me jogo na fogueira. O que fará o Exército? Pois dessa vez, de fato, não serei nada mais do que o bagaço do praça que já fui.


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