|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ENTRELINHAS
Ulalá
CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL
João Cabral de Melo Neto
vai, por fim, chegar à terra do
bonjour. O poeta, morto em
1999, deve ganhar em breve edição de suas obras completas na
França, onde é hoje praticamente inédito.
Estão seguindo para lá em 15
dias, junto com a poesia do autor pernambucano, os trabalhos
de outros seis autores contemporâneos. Rubens Figueiredo,
Ronaldo Correa de Brito, Alberto Mussa, Raimundo Carrero,
Mauro Pinheiro e Godofredo de
Oliveira Neto fecharam contrato
com o agente literário francês
Stéphane Chao e terão suas
obras negociadas na França.
Ex-responsável pela divulgação do livro francês no Brasil,
por meio do Ministério da Cultura da França, Chao está inaugurando uma agência que fará o
caminho inverso.
"Até 2005, ano em que a cultura brasileira será homenageada
na França, devemos ter mais
duas dezenas de brasileiros publicados em francês", diz Chao.
Com ufanismo, afirma: "A
França enfim vai descobrir a beleza literária brasileira". Ulalá.
FORA DA ESTANTE
Em um início de dezembro
como este, Wislawa
Szymborska sentou-se diante dos reis da Suécia e fez sua
profissão de fé: toda poesia
nasce da expressão "eu não
sei". Nós é que não sabemos.
Passados sete anos, nem a vitória do Nobel fez acessível
no mercado brasileiro a obra
dessa poeta polonesa, hoje
com 80 anos. Seus versos secos, ao mesmo tempo duros
e líricos, até chegaram ao
português, em conta-gotas.
Ana Cristina César, que tem
algum parentesco poético
com a autora de Cracóvia,
foi das primeiras a traduzir
alguns de seus textos, no início dos anos 80. Depois vieram coletâneas esparsas, como o quase secreto "Quatro
Poetas Poloneses", organizado por Henryk Siewierski
e José Santiago Naud. Mas
Szymborska, poeta do "allegro ma non troppo" (nome
de um de seus textos), continua sem nenhum livro só
seu aqui nos tristes trópicos.
ORIENT EXPRESS
A Feira de Frankfurt, que já
tinha anunciado "os países
árabes" como seus homenageados em 2004, definiu agora
o convidado de honra de 2005.
Será a Coréia do Sul.
DANÇA DAS CADEIRAS
O paranaense Domingos Pellegrini, cujo hit "Terra Vermelha" acaba de ter relançamento
pela Geração, entrou na disputa pela vaga de Rachel de Queiroz na ABL. Ele vai disputar
com Mauro Salles, José Murilo
de Carvalho e Paulo Benevides,
além dos eternos tipos raros.
KAMA DUTRA
Paulo Coelho não leva todas.
Seu "11 Minutos" perdeu nesta
semana o prêmio literário inglês Sexo Ruim. O vencedor foi
o indiano Aniruddha Bahal,
com "Bunker 13" e cenas como: "Ela chega a um estágio
Bugatti. Você quer uma toada
de Volkswagen".
ABRACADABRA
A Fnac vinha fazendo até ontem uma ginástica para segurar em "Harry Potter" sua política de descontos de 20% em
lançamentos de livros. Ela
anunciava que o livro saía de
R$ 73,20 por R$ 58,50. O número R$ 73,20 é fictício. A editora Rocco "sugeriu" que o
preço fosse R$ 59,50.
SALA DE TROFÉUS
Depois da Portugal Telecom,
é a Odebrecht que lança um
prêmio ligado aos livros. O
Prêmio Clarival do Prado Valladares será dado a projetos
relacionados à história do país.
O regulamento está em
www.odebrecht.com.br.
SOLDADO DESCONHECIDO
Rubem Fonseca, que tem seu
rosto praticamente desconhecido dos leitores brasileiros,
acaba de ganhar um busto de
bronze em Guadalajara (México), onde foi receber o Prêmio
Juan Rulfo, nesta semana.
CAÇA-PALAVRAS
Depois de "Os Cem Melhores
Contos Brasileiros do Século",
vem aí "Os Cem Menores Contos
Brasileiros do Século". O projeto,
organizado por Marcelino Freire,
já tem historietas de até 50 letras
de: Livia Garcia-Roza, Sérgio Sant'Anna, Arthur Nestrovski, Alberto Guzik, Fernando Bonassi, Marçal Aquino, Nelson de Oliveira,
Miguel Sanches Neto e Moacyr
Scliar. O livro deve sair em abril.
elek@folhasp.com.br
SEGUNDA A editora Planeta lança "Aí Vai Meu Coração - As Cartas de Tarsila do Amaral e Anna Maria Martins para Luis Martins", de Ana Luisa Martins, na Livraria da Vila (0/xx/11/3814-5811)0 TERÇA Debate com José Miguel Wisnik, Maria Augusta Fonseca e Augusto Massi, no
Museu da Imagem e do Som (0/xx/11/3064-6827), marca relançamento de "O Tupi e o Alaúde"
(ed. 34/Duas Cidades), de Gilda de Mello e Souza0 TERÇA Marília Balbi autografa "Cândido
Portinari - O Pintor do Brasil" (Boitempo) no Sesc Pompéia0 QUINTA As cartas de Guimarães
Rosa com suas netas Vera e Beatriz Tess ganham edição no livro "Ooó do Vovô" (Edusp/Imprensa
Oficial/Editora da PUC-MG), lançado na Livraria Cultura Villa-Lobos (0/ xx/11/3024-3599)
Texto Anterior: Rodapé: A "máquina de sensacionar" da Esfinge Gorda Próximo Texto: Panorâmica - Artes: Bienal do Mercosul termina amanhã no RS Índice
|