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Bienal do Mercosul vem a São Paulo
Mostra "Conversas", que integrou o evento de Porto Alegre, chega hoje ao Instituto Tomie Ohtake
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Parece fórmula para a escalação de um time: um artista é
convidado a convidar outros
dois artistas, com os quais sua
obra dialoga, e, finalmente, um
quarto artista é incluído a partir das três primeiras escolhas.
Esse foi o esquema organizado para "Conversas", um dos
quatro módulos da 6ª Bienal do
Mercosul, encerrada em Porto
Alegre, no mês passado. A partir de hoje, um recorte desse
módulo poderá ser visto no
Instituto Tomie Ohtake.
Em SP, a mostra conta com
apenas cinco agrupamentos, no
lugar dos nove originais.
Para o curador responsável
pela Bienal do Mercosul, Gabriel Pérez-Barreiro, o modo
como "Conversas" foi pensado
"diminui o poder do curador na
organização da mostra e, ao
mesmo tempo, reforça o papel
do artista".
Em Porto Alegre, "Conversas" era formado por espaços
protegidos dentro dos imensos
galpões do Cais do Porto, cada
um constituindo uma ilha isolada. No Tomie, ocupando o
térreo, enquanto no primeiro
andar segue a mostra "O(s) Cinético(s)", "Conversas" manteve o tom de curadorias individuais, tornando cada sala bastante distinta da adjacente.
A primeira delas, mais próxima da rua, é praticamente um
elogio à pintura e à história da
arte. Ela tem início na pintura
do chileno Pablo Chiuminatto,
que colocou sua própria biblioteca de livros de arte como um
dos convidados, além de outro
pintor chileno, no caso Adolfo
Couve. A esse grupo, os curadores acrescentaram a brasileira e
também pintora, Katie van
Scherpenberg, resultando num
espaço discreto e silencioso.
O módulo seguinte é o oposto, marcado por um ritmo histérico, que tem início nas centenas de desenhos e pinturas
do chileno Álvaro Oyarzún, que
convidou outros dois compatriotas, Josefina Guilisasti e
Magdalena Atria para seu espaço. A primeira reúne dezenas
de pinturas de animais e a segunda cria campos de cor a partir de massa de modelar. A esse
grupo hiperativo, os curadores
acrescentaram um dos vídeos
mais famosos da dupla suíça
Peter Fischli & Davi Weiss,
chamado "Do Jeito que as Coisas Vão", de 1987.
Pela diversidade dos primeiros dois exemplos, vê-se que a
proposta em diminuir o poder
do curador alcança êxito, como
ocorre em outros dois agrupamentos importantes de "Conversas", tendo no brasileiro
Waltercio Caldas e na argentina Liliana Porter suas origens.
Ambos misturam linguagens
-som no primeiro caso, texto
no segundo-, ampliando as potencialidades das artes visuais.
CONVERSAS
Quando: abertura hoje; de ter. a
dom., das 11h às 20h; até 27/1
Onde: Instituto Tomie Ohtake (av.
Faria Lima, 201, entrada pela r. Coropés, tel. 0/xx/11/2245-1900)
Quanto: entrada franca
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