São Paulo, quinta-feira, 06 de dezembro de 2007

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Bienal do Mercosul vem a São Paulo

Mostra "Conversas", que integrou o evento de Porto Alegre, chega hoje ao Instituto Tomie Ohtake

FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Parece fórmula para a escalação de um time: um artista é convidado a convidar outros dois artistas, com os quais sua obra dialoga, e, finalmente, um quarto artista é incluído a partir das três primeiras escolhas.
Esse foi o esquema organizado para "Conversas", um dos quatro módulos da 6ª Bienal do Mercosul, encerrada em Porto Alegre, no mês passado. A partir de hoje, um recorte desse módulo poderá ser visto no Instituto Tomie Ohtake.
Em SP, a mostra conta com apenas cinco agrupamentos, no lugar dos nove originais.
Para o curador responsável pela Bienal do Mercosul, Gabriel Pérez-Barreiro, o modo como "Conversas" foi pensado "diminui o poder do curador na organização da mostra e, ao mesmo tempo, reforça o papel do artista".
Em Porto Alegre, "Conversas" era formado por espaços protegidos dentro dos imensos galpões do Cais do Porto, cada um constituindo uma ilha isolada. No Tomie, ocupando o térreo, enquanto no primeiro andar segue a mostra "O(s) Cinético(s)", "Conversas" manteve o tom de curadorias individuais, tornando cada sala bastante distinta da adjacente.
A primeira delas, mais próxima da rua, é praticamente um elogio à pintura e à história da arte. Ela tem início na pintura do chileno Pablo Chiuminatto, que colocou sua própria biblioteca de livros de arte como um dos convidados, além de outro pintor chileno, no caso Adolfo Couve. A esse grupo, os curadores acrescentaram a brasileira e também pintora, Katie van Scherpenberg, resultando num espaço discreto e silencioso.
O módulo seguinte é o oposto, marcado por um ritmo histérico, que tem início nas centenas de desenhos e pinturas do chileno Álvaro Oyarzún, que convidou outros dois compatriotas, Josefina Guilisasti e Magdalena Atria para seu espaço. A primeira reúne dezenas de pinturas de animais e a segunda cria campos de cor a partir de massa de modelar. A esse grupo hiperativo, os curadores acrescentaram um dos vídeos mais famosos da dupla suíça Peter Fischli & Davi Weiss, chamado "Do Jeito que as Coisas Vão", de 1987.
Pela diversidade dos primeiros dois exemplos, vê-se que a proposta em diminuir o poder do curador alcança êxito, como ocorre em outros dois agrupamentos importantes de "Conversas", tendo no brasileiro Waltercio Caldas e na argentina Liliana Porter suas origens. Ambos misturam linguagens -som no primeiro caso, texto no segundo-, ampliando as potencialidades das artes visuais.


CONVERSAS
Quando:
abertura hoje; de ter. a dom., das 11h às 20h; até 27/1
Onde: Instituto Tomie Ohtake (av. Faria Lima, 201, entrada pela r. Coropés, tel. 0/xx/11/2245-1900)
Quanto: entrada franca


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