São Paulo, sexta-feira, 07 de janeiro de 2011

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Mayer Hawthorne é branco, mas alma é de "soul man" negro

Músico que toca no festival tem coleção de discos brasileiros

CAROL NOGUEIRA
DE SÃO PAULO

"Ah, cara. Você sabe. Obviamente, Smokey Robinson e Curtis Mayfield estão entre minhas maiores influências. Eu tenho muitos negros em mim", diz Mayer Hawthorne.
Aos 31 anos, é assim que esse norte-americano de sotaque arrastado e levemente maroto se define.
Sua voz evoca os grandes nomes da música negra dos anos 1960 e do selo Motown. Não fosse por um detalhe: Hawthorne é branco.
O músico é uma das atrações do Summer Soul Festival, que acontece no próximo dia 15 em São Paulo e terá ainda as cantoras Janelle Monáe e Amy Winehouse.
Foi exatamente com Winehouse que surgiu a nova geração do soul, que hoje desova cada vez mais nomes.
"As pessoas estão mais dispostas a gostar de boas composições. Elas estão cansadas de música descartável", diz Hawthorne à Folha.
Cada frase do músico deixa transparecer uma ambição enorme: a de cravar o seu lugar ao lado dos artistas que ele tanto admira.
Entre tantos nomes do gênero que ficou conhecido como "neo soul", Hawthorne é mesmo o mais plural.
Ele compõe, arranja, canta, produz e toca instrumentos em seu primeiro álbum, "A Strange Arrangement", lançado no final de 2009.
Foi com esse trabalho que ele arrancou elogios da crítica musical e foi considerado uma das grandes revelações da música naquele ano.
Além da habilidade de Hawthorne em produzir música, seu som também se destaca por ter elementos de outros tipos de música.
"Eu cresci nos anos 1980 e 1990. Escutei de Public Enemy a Nirvana", diz.
Hawthorne conta que é apaixonado por discos de vinil e tem uma coleção imensa deles, inclusive brasileiros.
"Gosto muito de Os Cariocas e Marcos Valle. Mas o meu favorito de todos os tempos é João Donato."
Tantas influências serviram ainda para alimentar uma antiga paixão de Hawthorne: discotecar.
"Eu comecei a discotecar quando aprendi a ler os encartes dos discos. Só comecei a cantar recentemente."
Apesar de ser novato na arte de soltar a voz, o ambicioso Hawthorne espera que ainda procurem pelos seus discos daqui a 30 anos.


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