São Paulo, sexta-feira, 07 de janeiro de 2011

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CRÍTICA AÇÃO

Apesar dos clichês e heroísmo, longa propicia imagens de alto impacto visual

CRÍTICO DA FOLHA

Não faltam qualidades a "Incontrolável": o diretor é Tony Scott, ás de filmes de ação. O ator é Denzel Washington, um dos poucos galãs de Hollywood capaz de interpretar um proletário convincente. E o filme tem algumas sequências de alto impacto visual.
Com menos clichês de heroísmo e personagens mais interessantes, "Incontrolável" poderia ter sido um novo "Velocidade Máxima".
O filme conta a história real de um trem desgovernado e cheio de material tóxico que ameaça dizimar uma cidade norte-americana. Depois de esgotar todas as soluções "high-tech" para evitar a tragédia, que incluíam içar um homem a bordo do trem com a ajuda de um helicóptero, a única esperança da ferrovia passa a ser uma dupla de condutores (Denzel Washington e Chris Pine) que dirige um comboio na mesma linha.
O grande charme do filme é justamente essa opção "caseira": como a experiência vale mais que mil dispositivos de alta tecnologia.
O início é perfeito: um pequeno descuido num pátio de manobras deixa o comboio à solta. Com uma montagem bem feita, que vai se tornando mais ágil à medida que a situação foge cada vez mais de controle, Tony Scott cria um clima tenso.
Scott tem uma mão incrível para cenas de ação. Sua câmera está sempre perto do trem, o que realça a sensação de velocidade e perigo. O uso do som e a edição dão a dimensão do gigantismo.
Pena que, no fim, "Incontrolável" apele para as fórmulas mais irritantes do cinema de ação: a redenção moral dos personagens à custa de bravura; o heroísmo como solução para todos os dilemas, inclusive éticos. Mais um filme que peca por medo de ser diferente.

(ANDRÉ BARCINSKI)

INCONTROLÁVEL

DIREÇÃO Tony Scott
PRODUÇÃO EUA, 2010
COM Denzel Washington, Chris Pine e Rosario Dawson
ONDE nos cines Center Norte Cinemark, Jardim Sul UCI, Iguatemi Cinemark e circuito
CLASSIFICAÇÃO 10 anos
AVALIAÇÃO bom


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