São Paulo, sexta-feira, 07 de janeiro de 2011

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CRÍTICA DRAMA

"A Árvore" explora vastidão da paisagem natural australiana

ANA PAULA SOUSA
DE SÃO PAULO

Formada no documentário, a cineasta francesa Julie Bertucelli parece buscar no deslocamento geográfico o sentido para as histórias.
Para filmar "A Árvore", levou a câmera para a paisagem natural da Austrália. É da relação com a natureza que nasce esse filme sobre o luto.
O longa, que encerrou a última edição do Festival de Cannes, coloca em cena uma família atingida pela morte repentina do pai.
Sua mulher, Dawn (Charlotte Gainsbourg), e seus quatro filhos adotarão, cada um, uma estratégia de sobrevivência.
Simone (Morgana Davies) se apegará à ideia de que o pai ainda vive: mas em forma de árvore. Para a menina, seu espírito e sua voz passaram a habitar a imensa figueira ao lado da casa.
Frágil e ao mesmo tempo assustadora em suas certezas, a menina encarnará o tom que Bertucelli impõe à narrativa: o de uma doce gravidade e de uma silenciosa tristeza.
Não à toa, a mise-en-scène, que se equilibra entre o real e o fantástico, busca a vastidão da paisagem e o detalhe dos rostos.
Gainsbourg, enérgica e sensual, apresenta, em "A Árvore", uma versão em tom menor da mulher que vivera em "O Anticristo", de Lars von Trier.

A ÁRVORE

DIREÇÃO Julie Bertucelli
PRODUÇÃO França/Austrália, 2010
COM Charlotte Gainsbourg, Morgana Davies e Marton Csokas ONDE nos cines Belas Artes, Lumière Playarte e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO bom


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