JOÃO GILBERTO NOLL

Aqui, na mata às margens da Lagoa da Conceição, na Ilha de Santa Catarina, recebo uma visita enigmática. Um homem que diz ter me conhecido numa das pontes de Estocolmo, num momento em que me senti terrivelmente mal e precisei me sentar no chão. Conta que recusei qualquer aproximação, qualquer socorro. Antes de perder os sentidos falei que, se ele fizesse alguma coisa por mim, eu iria para os jornais alvejá-lo por suas atitudes recentes. Diz que veio me procurar agora para saber exatamente que atitudes eu estava mencionando. Quem é você?, pergunto. É ele agora que empalidece e cai desfalecido em minhas mãos.


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