São Paulo, Quinta-feira, 07 de Janeiro de 1999

Texto Anterior | Índice TRECHOS "Sempre me tocaram muito os quadros que mostram matadouros e carnes, e para mim eles fazem parte de todo esse negócio da crucificação. Existem excelentes fotografias de animais que foram tomadas um instante antes de os bichos serem abatidos; e também me toca o cheiro da morte" Em 1962, sobre sua fixação em pintar carcaças "Através da foto começo a divagar sobre a imagem, e meu pensamento vai captando sua realidade mais finamente do que conseguiria apenas com os olhos. E as fotografias não são somente pontos de referência; muitas vezes elas são detonadores de idéias" Em 1966, sobre seu interesse pela fotografia "Tinha esperança de que um dia faria o melhor quadro de grito humano que já se fez no mundo. Não consegui, mas ele está feito por Eisenstein, e de maneira muito melhor, e é isso aí" Em 1966, sobre o grito da enfermeira em "O Encouraçado Potemkin", de Eisenstein "Sempre achei que era um dos maiores quadros do mundo, e se o usei muito foi por causa de minha obsessão. Tentei, sem nenhum sucesso, fazer certos retratos dele, retratos distorcidos. Eu me arrependo, porque acho que são muito idiotas" Em 1966, sobre a tela "Inocêncio 10º", do pintor espanhol Diego Velázquez "É verdade, pintei muitos auto-retratos, mas isso porque as pessoas andavam morrendo à minha volta como moscas e não tinha ninguém para pintar a não ser eu mesmo. Mas agora estou feliz por poder dizer que duas pessoas muito bonitas, que conheci no passado, reapareceram. São temas muito bons" Em 1974, sobre auto-retratos "Quando fiz o papa gritando, não queria pintá-lo daquele jeito; queria fazer a boca com a beleza de suas cores, e todo o resto como um pôr-do-sol, ou qualquer outra coisa de Monet, e não simplesmente um papa que é mostrado gritando. Se eu voltar a fazê-lo, que Deus não permita, será um verdadeiro Monet" Em 1971, sobre a opção e arrependimento por mostrar o papa gritando em retratos de "Inocêncio 10º" Texto Anterior: Mostra em NY cria polêmicas Índice

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