São Paulo, quarta-feira, 07 de fevereiro de 2001

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Festival estréia hoje com "Enemy at the Gates", superprodução de mais de US$ 90 milhões
Hollywood derruba o muro de Berlin




Homenageados do ano são Fritz Lang, Stanley Kubrick e Kirk Douglas, que recebe Urso de Ouro pela carreira


Divulgação
Jude Law no filme "Enemy at the Gates", de Jean-Jacques Annaud, que abre hoje a 51ª edição do Festival de Cinema de Berlim, com 23 concorrentes ao Urso de Ouro


SILVIA BITTENCOURT
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE BERLIM

É com uma superprodução de mais de US$ 90 milhões que será aberta hoje a 51ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim, a chamada Berlinale. "Enemy at the Gates", do francês Jean-Jacques Annaud, tem aqui sua estréia internacional.
O filme mostra a luta entre dois atiradores de elite -um soviético e um alemão-, na batalha de Stalingrado, na Segunda Guerra.
É um dos nove longas que acompanham sem concorrer a mostra oficial. O mesmo vale para o "blockbuster" "Hannibal", de Ridley Scott, que estréia domingo e será uma das grandes atrações.
Mais de 300 filmes serão apresentados em Berlim em 12 dias de festival. Entre eles, estão quatro brasileiros.
Segundo o diretor do evento, Moritz de Hadeln, foi "complexa" a escolha dos 23 filmes que concorrem este ano ao Urso de Ouro, o prêmio máximo da Berlinale.
Várias produções foram incluídas "em cima da hora" e, excepcionalmente, abriu-se mão do ineditismo: "Traffic", de Steven Soderbergh, já estreou na Inglaterra, e "Intimacy", de Patrice Chéreau, acaba de participar do Sundance, nos EUA. "Gostamos desses filmes e temos certeza de que a maioria concordará com essas exceções", diz De Hadeln.
Participam do júri nove pessoas, entre elas, Hector Babenco, diretor de "Coração Iluminado".
Os destaques desta edição são as produções asiáticas. Cinco filmes do continente concorrem ao Urso de Ouro, entre eles, "Beijing Bicycles", de Wang Xiao-shuai. No Fórum do Cinema Jovem, dedicado ao cinema experimental, se destacam oito vietnamitas.
Além do Brasil, mais 31 países estarão representados na seção Panorama, que traz, entre outros, "Hedwig and the Angry Inch" -produção "underground" que marca a estréia do ator John Cameron Mitchell na direção- e "Don's Plum", cuja exibição Leonardo DiCaprio conseguiu proibir no Canadá e nos EUA.
"Don's Plum" mostra uma conversa de bar entre oito adolescentes, um deles vivido por DiCaprio, que, segundo contam os bastidores, teria feito várias confissões.
Outros destaques serão a retrospectiva do cineasta austríaco Fritz Lang (1890-1976) e a homenagem ao ator americano Kirk Douglas, 83, que receberá um Urso de Ouro por sua carreira.
Serão apresentadas cópias restauradas dos filmes de Lang, entre elas, a do clássico "Metrópolis", com acompanhamento da Orquestra Sinfônica de Berlim.
Este será o último festival chefiado por Moritz de Hadeln. Uma seção especial, chamada "Os Favoritos de Moritz", reapresentará 20 filmes que marcaram De Hadeln nos 22 anos em que dirigiu a Berlinale. Entre eles, estará "Central do Brasil", do cineasta brasileiro Walter Salles, vencedor do Urso de Ouro em 1999.
De Hadeln evita comentar sua gestão. "Não tenho tendências à nostalgia", disse em entrevista.


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