São Paulo, sábado, 07 de fevereiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FILMES

TV ABERTA

Washington brilha como boxeador injustiçado

Tubarões Assassinos
Record, 14h15.
 
(Shark Attack). EUA, 1999, 94 min. Direção: Bob Misiorowski. Com Casper van Dien, Ernie Hudson. Ao investigar ataques de tubarões na África, cientista descobre que eles tiveram o metabolismo alterado, por isso vivem com fome. Por trás dessa mudança há gente perigosa. E pela frente, um filme de miolo mole.

Robin Hood, O Herói dos Ladrões
Globo, 16h15.
  
(Robin Hood). EUA, 1991, 116 min. Direção: John Irvin. Com Patrick Bergin, Uma Thurman, Jurgen Prochnow, Edward Fox. Embora mais modesto que a versão contemporânea de Kevin Costner para o arqueiro da floresta de Sherwood, esta chega a ser mais satisfatória, embora fique a léguas da feita nos anos 30 por Michael Curtiz.

O Furacão
SBT, 23h15.
   
(The Hurricane). EUA, 1999, 145 min. Direção: Norman Jewison. Com Denzel Washington, John Hannah, Deborah Kara Unger. História do boxeador negro Rubin Carter (que, após uma cilada, é condenado por um crime que não praticou) e de sua tentativa para demonstrar sua inocência. Boa causa, à moda de Jewison. Mas quem faz a diferença é mesmo o premiado Denzel Washington.

Rios Vermelhos
Globo, 23h35.
 
(Les Rivières Pourpres). França, 2000, 106 min. Direção: Mathieu Kassovitz. Com Jean Reno, Vincent Cassel, Dominique Sanda. Dois policiais, um jovem e outro mais experiente, investigam casos diferentes nas redondezas dos Alpes. De repente, descobrem que há uma ligação entre ambos os crimes. Longe de ser um Luc Besson, ainda assim Mathieu Kassovitz é representante de um cinema bem preso à tradição do gênero de ação norte-americano, cheio de manipulações e sequências de impacto. Inédito

Emmanuelle - Um Arremesso Final
Bandeirantes, 2h.
 
(Emmanuelle - One Final Fling). França, 1994, 87 min. Direção: Jean-Jacques Lamore. Com Krista Allen, Kimberley Rowe. Emmanuelle leva amante extra-terrestre a certos pontos turísticos de nosso planeta. Evidentemente, o ponto turístico que visa o filme todos sabemos qual é.

Nenhum Álibi
SBT, 2h10.
 
(No Alibi). EUA, 1999. Direção: Bruce Pittman. Com Dean Cain, Lexa Doig, Eric Roberts. A fim de pagar as dívidas que tinha com um criminoso, moça aproxima-se de homem de negócios, pressiona-o e chantegeia-o e finalmente o mata. Problema: a essas alturas a moça estava apaixonada pelo irmão do finado. Pouco a esperar. Legendado.

Minha Vida por Meus Filhos
SBT, 4h.
  
(Who Will Love My Children). EUA, 1982, 97 min. Direção: John Erman. Com Ann-Margret, Cathryn Damon, Donald Moffat. Depois de ter o décimo filho, mulher descobre-se vítima de tumor incurável. Procura então famílias que adotem seus filhos. Estréia de Ann-Margret em telefilmes. Há quem, como Leonard Maltin, considere o filme digno.

Obcecada por Justiça
Globo, 3h40.
 
(Deceived by Trust). EUA, 1995, 97 min. Direção: Chuck Bowman. Com Michael Gross, Stéphanie Kramer, Shannon Fill. Assistente social empreende batalha judiciária contra diretor escolar que abusa sexualmente de seus alunos. Telefilme da série "a Justiça nos Estados Unidos pode tardar, mas jamais falhar".

Dois Pais e Meio
SBT, 5h55. 

(2 1/2 Dads). EUA, 1986, 60 min. Direção: Tony Bill. Com George Dzundza, Richard Young. Pai em crise financeira convida dois amigos (um deles com três filhos, o outro, solteiro) para dividir a casa. E partilhar o caos que se instaura. Comédia com bom princípio, mas obscura. (INÁCIO ARAUJO e PAULO SANTOS LIMA)

TV PAGA

Boa defesa de sua proposta é o valor de "Amélie"

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO

Quando estreou nos cinemas, "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain" foi um daqueles famosos casos de paixão por parte do público e ceticismo dos críticos.
Confirmavam assim dois clichês. Seria a prova de que o público ama filminhos amenos, feitos para agradar, repletos de boas intenções. Aos críticos cabia o espaço destinado aos rabugentos.
Claro, há falhas e contradições que derrubam uma melhor apreciação de "Amélie". Mas desmerecê-lo por ser uma espécie de sucursal cinematográfica dos livros de auto-ajuda não passa de exagero. Se um dos elementos que fazem um grande filme é a capacidade de detalhar e sustentar uma filosofia, "Amélie" não precisa ser condenado ao esquecimento.
Basta um rápido olhar. Amélie é uma garçonete solitária, com uma vida que não pode ser chamada das mais empolgantes. Após fazer uma promessa -atendida-, ela decide "fazer o bem". Vai interferir nas vidas de pessoas infelizes, mostrando para elas o "lado bom" de toda realidade.
Servindo de bengala para um público ávido por conforto e abrigo emocional, a auto-ajuda torna-se uma espécie de antítese da arte. Ela não quer cutucar, desagradar ou desvalorizar nenhuma pessoa. Pelo contrário, é através do afago e de um certo conformismo ("se você não pode mudar o mundo, mude você") que essa "filosofia" propõe sua eficácia.
Com a arte a história é outra. Ela não se incomoda de mostrar o "outro" lado, a decadência e as falhas do ser humano, em filmes como "Dogville" (Lars von Trier).
"Amélie" é claramente uma fábula. Pode-se dizer que o filme propaga valores questionáveis -considerando-o arte-, no entanto, não há como acusá-lo de frouxo. Pelo contrário, defende com unhas e dentes uma moral -que possui defensores ferrenhos-, mesmo que seu rostinho ingênuo não denuncie essa meiga perversidade.


O FABULOSO DESTINO DE AMÉLIE POULAIN. Quando: hoje, às 22h45, no HBO.


Texto Anterior: Astrologia
Próximo Texto: José Simão: Exclusivo! Michael Jackson compra Garoto!
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.