|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FILMES
TV ABERTA
Washington brilha como boxeador injustiçado
Tubarões Assassinos
Record, 14h15.
(Shark Attack). EUA, 1999, 94 min.
Direção: Bob Misiorowski. Com Casper
van Dien, Ernie Hudson. Ao investigar
ataques de tubarões na África, cientista
descobre que eles tiveram o
metabolismo alterado, por isso vivem
com fome. Por trás dessa mudança há
gente perigosa. E pela frente, um filme
de miolo mole.
Robin Hood, O Herói dos
Ladrões
Globo, 16h15.
(Robin Hood). EUA, 1991, 116 min.
Direção: John Irvin. Com Patrick Bergin,
Uma Thurman, Jurgen Prochnow,
Edward Fox. Embora mais modesto que a
versão contemporânea de Kevin Costner
para o arqueiro da floresta de Sherwood,
esta chega a ser mais satisfatória,
embora fique a léguas da feita nos anos
30 por Michael Curtiz.
O Furacão
SBT, 23h15.
(The Hurricane). EUA, 1999, 145 min.
Direção: Norman Jewison. Com Denzel
Washington, John Hannah, Deborah
Kara Unger. História do boxeador negro
Rubin Carter (que, após uma cilada, é
condenado por um crime que não
praticou) e de sua tentativa para
demonstrar sua inocência. Boa causa, à
moda de Jewison. Mas quem faz a
diferença é mesmo o premiado Denzel
Washington.
Rios Vermelhos
Globo, 23h35.
(Les Rivières Pourpres). França, 2000, 106
min. Direção: Mathieu Kassovitz. Com
Jean Reno, Vincent Cassel, Dominique
Sanda. Dois policiais, um jovem e outro
mais experiente, investigam casos
diferentes nas redondezas dos Alpes. De
repente, descobrem que há uma ligação
entre ambos os crimes. Longe de ser um
Luc Besson, ainda assim Mathieu
Kassovitz é representante de um cinema
bem preso à tradição do gênero de ação
norte-americano, cheio de
manipulações e sequências de impacto.
Inédito
Emmanuelle - Um Arremesso
Final
Bandeirantes, 2h.
(Emmanuelle - One Final Fling). França,
1994, 87 min. Direção: Jean-Jacques
Lamore. Com Krista Allen, Kimberley
Rowe. Emmanuelle leva amante extra-terrestre a certos pontos turísticos de
nosso planeta. Evidentemente, o ponto
turístico que visa o filme todos sabemos
qual é.
Nenhum Álibi
SBT, 2h10.
(No Alibi). EUA, 1999. Direção: Bruce
Pittman. Com Dean Cain, Lexa Doig, Eric
Roberts. A fim de pagar as dívidas que
tinha com um criminoso, moça
aproxima-se de homem de negócios,
pressiona-o e chantegeia-o e finalmente
o mata. Problema: a essas alturas a moça
estava apaixonada pelo irmão do finado.
Pouco a esperar. Legendado.
Minha Vida por Meus Filhos
SBT, 4h.
(Who Will Love My Children). EUA, 1982,
97 min. Direção: John Erman. Com Ann-Margret, Cathryn Damon, Donald Moffat.
Depois de ter o décimo filho, mulher
descobre-se vítima de tumor incurável.
Procura então famílias que adotem seus
filhos. Estréia de Ann-Margret em
telefilmes. Há quem, como Leonard
Maltin, considere o filme digno.
Obcecada por Justiça
Globo, 3h40.
(Deceived by Trust). EUA, 1995, 97 min.
Direção: Chuck Bowman. Com Michael
Gross, Stéphanie Kramer, Shannon Fill.
Assistente social empreende batalha
judiciária contra diretor escolar que
abusa sexualmente de seus alunos.
Telefilme da série "a Justiça nos Estados
Unidos pode tardar, mas jamais falhar".
Dois Pais e Meio
SBT, 5h55.
(2 1/2 Dads). EUA, 1986, 60 min. Direção:
Tony Bill. Com George Dzundza, Richard
Young. Pai em crise financeira convida
dois amigos (um deles com três filhos, o
outro, solteiro) para dividir a casa. E
partilhar o caos que se instaura. Comédia
com bom princípio, mas obscura.
(INÁCIO ARAUJO e PAULO SANTOS LIMA)
TV PAGA
Boa defesa de sua proposta é o valor de "Amélie"
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO
Quando estreou nos cinemas,
"O Fabuloso Destino de Amélie
Poulain" foi um daqueles famosos casos de paixão por parte do
público e ceticismo dos críticos.
Confirmavam assim dois clichês. Seria a prova de que o público ama filminhos amenos, feitos
para agradar, repletos de boas intenções. Aos críticos cabia o espaço destinado aos rabugentos.
Claro, há falhas e contradições
que derrubam uma melhor apreciação de "Amélie". Mas desmerecê-lo por ser uma espécie de sucursal cinematográfica dos livros
de auto-ajuda não passa de exagero. Se um dos elementos que fazem um grande filme é a capacidade de detalhar e sustentar uma
filosofia, "Amélie" não precisa ser
condenado ao esquecimento.
Basta um rápido olhar. Amélie é
uma garçonete solitária, com uma
vida que não pode ser chamada
das mais empolgantes. Após fazer
uma promessa -atendida-, ela
decide "fazer o bem". Vai interferir nas vidas de pessoas infelizes,
mostrando para elas o "lado
bom" de toda realidade.
Servindo de bengala para um
público ávido por conforto e abrigo emocional, a auto-ajuda torna-se uma espécie de antítese da arte.
Ela não quer cutucar, desagradar
ou desvalorizar nenhuma pessoa.
Pelo contrário, é através do afago
e de um certo conformismo ("se
você não pode mudar o mundo,
mude você") que essa "filosofia"
propõe sua eficácia.
Com a arte a história é outra. Ela
não se incomoda de mostrar o
"outro" lado, a decadência e as falhas do ser humano, em filmes como "Dogville" (Lars von Trier).
"Amélie" é claramente uma fábula. Pode-se dizer que o filme
propaga valores questionáveis
-considerando-o arte-, no entanto, não há como acusá-lo de
frouxo. Pelo contrário, defende
com unhas e dentes uma moral
-que possui defensores ferrenhos-, mesmo que seu rostinho
ingênuo não denuncie essa meiga
perversidade.
O FABULOSO DESTINO DE AMÉLIE
POULAIN. Quando: hoje, às 22h45, no
HBO.
Texto Anterior: Astrologia Próximo Texto: José Simão: Exclusivo! Michael Jackson compra Garoto! Índice
|