São Paulo, quinta-feira, 07 de fevereiro de 2008

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Cirque traz 'Alegría' a São Paulo

Segundo espetáculo do Cirque du Soleil a vir ao Brasil inicia temporada com ingressos disponíveis

Diretor artístico elogia platéias brasileiras e diz que, apesar de visual parecido, show atual e "Saltimbanco" têm identidades distintas

LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Com o perdão do trocadilho infame, os organizadores da turnê brasileira do Cirque du Soleil já tiveram dias de mais "Alegría": se, em agosto de 2006, a trupe canadense abriu a temporada paulistana de "Saltimbanco" com ingressos esgotados para todas as sessões, desta vez restam ingressos já para o segundo dia de espetáculo, amanhã.
Os promotores apontam a duração maior da estada da companhia no país (dez meses contra quatro há dois anos) e o fato de "Alegría" ter passado por mais cidades (Curitiba, Brasília, BH, Rio; Porto Alegre é a próxima) como razões para a baixa do frenesi nas bilheterias de São Paulo. Por onde passou até agora, frisa a organização (sem dar números precisos), o espetáculo teve casa cheia.
Talvez para assegurar que a capital paulista não fuja à regra, o diretor artístico de "Alegría", Michael Smith, afaga o ego local. "A platéia brasileira é a melhor que há: reage muito espontaneamente. Em uma apresentação para crianças em Belo Horizonte, os artistas não conseguiam ouvir a música [tal a euforia do público]. Tive que ir à mesa de som pedir para aumentarem o volume."
Apesar do nome, é de nostalgia que se faz o segundo espetáculo que a franquia de Montréal traz ao Brasil. Com inspiração nos clãs circenses que atravessavam a Europa, o show escolhe a ternura como antídoto à desagregação da modernidade -e alista um brasileiro, o palhaço Marcos de Oliveira Casuo, como alívio cômico. Os números incluem trapézio sincronizado, malabarismo, barras russas e contorcionismo.

Bom-mocismo
No picadeiro (a julgar por material de divulgação, vídeos do YouTube e um passeio rápido da reportagem pelas coxias do Cirque, já que não houve sessão para a imprensa de SP até o fechamento desta edição), o bom-mocismo se traduz em trilha new age, figurino ultracolorido e dramaturgia frágil.
Opa, mas já não era assim em "Saltimbanco"? ""Alegría" e "Saltimbanco" foram concebidos pela mesma pessoa, Franco Dragone, que criou o estilo do Cirque. Mas acho que cada espetáculo tem sua identidade", diz Michael Smith.
Ele conta que a companhia tem "olheiros" em vários continentes, notadamente no Leste Europeu, celeiro de seleções de ginástica olímpica de ponta. "Os ginastas que entram para o Cirque têm habilidade técnica, mas falta polir o lado artístico, a capacidade de interagir com a platéia. É preciso mudar a mentalidade de ganhar medalha de ouro. Por isso, nem sempre é melhor ter o atleta nº 1. Pegamos o que ficou em quinto ou sexto, pois o ego é menor."


ALEGRÍA
Quando:
de hoje a 4/5
Onde: parque Villa-Lobos (av. Queiroz Filho, s/ nº - entrada Detran, tel. 0/ xx/11 6846-6000)
Quanto: de R$ 130 a R$ 400 (ingressos à venda, das 12h às 20h, no próprio parque Villa-Lobos, no site www.ticketmaster.com.br e nos pontos credenciados, com taxa de conveniência: teatro Abril, lojas Fnac, Saraiva Mega Store, Auditório Ibirapuera, Citibank Hall e outros


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