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comentário
Grupo concilia marketing e pragmatismo
CRÍTICO DA FOLHA
Fundado em 1984
por Guy Laliberté,
artista de rua de 20
anos que sonhava com um
circo mais próximo do público, sem animais e com
nova formação de artistas,
o Cirque du Soleil tornou-se marca bem-sucedida,
empresa de 4.000 empregados em 16 espetáculos
espalhados pelo mundo.
Hoje milionário, Laliberté procura conciliar
um forte senso de marketing e pragmatismo empresarial com o idealismo
inicial, que compreende a
preocupação com a pobreza, a falta d'água no mundo
e a "liberdade de sonhar".
Mas, ao contrário do
"Théâtre du Soleil" de
Mnouchkine, que ele quis
homenagear, o Cirque trocou a utopia de artistas
criadores por uma fórmula de regras rígidas, contratando talentos circenses do mundo todo.
Artistas brasileiros importantes passaram por
ali, por isso é bom que sua
visita se torne atração fixa
da nossa temporada. Resta
lamentar que os mais velhos espetáculos cheguem
primeiro, como o "Saltimbanco", que se aposentou
no Rio em 2006, com 14
anos de serviços.
"Broadway" do circo, os
espetáculos são previsíveis, e talvez por isso
atraiam colossais patrocínios públicos e privados.
Não importa: de bom gosto e boa qualidade, que
possam convencer empresários que apostar na arte
pode ser um bom negócio.
(SÉRGIO SALVIA COELHO)
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