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TELEVISÃO
"The Starlet", que estreou nos EUA, reúne dez aspirantes a estrela e Faye Dunaway em ex-mansão da musa MM
"Reality show" caça nova Marilyn Monroe
ALESSANDRA STANLEY
DO "NEW YORK TIMES"
"The Starlet", um "reality show"
da Warner que aplica a fórmula
de "American Idol" a atrizes que
aspiram a carreiras em Hollywood, começa com um rosto de
alerta: a face semelhante a uma
máscara de Faye Dunaway, com
as mandíbulas tão repuxadas e os
olhos tão esticados, que a única
maneira que ela encontra de demonstrar expressão é pela voz.
Por sorte, esta continua a ser um
excelente instrumento.
Quando Dunaway elimina uma
das concorrentes no momento
culminante de "você está fora"
que encerra cada episódio, ela usa
um tom ameaçador: "Não nos telefone. Nós lhe telefonaremos".
As jovens participantes vivem
juntas em uma pequena mansão
em Hollywood que já foi o lar de
Marilyn Monroe; a vencedora de
cada rodada recebe uma estatueta
dourada e o direito de dormir no
quarto da "diva". A candidata que
sobreviver ganhará contratos
com um agente e com a Warner e
um papel na série "One Tree Hill".
Mas o processo de eliminação é
o melhor papel que elas terão na
vida. Os criadores do programa
cuidadosamente transformaram
um programa de calouros banal
em uma disputa dolorosa que
mistura o melodrama enevoado
com a brutalidade de "Platoon".
E, de maneira muito astuta, os
produtores escalaram dez jovens
que têm, cada qual, pronunciada
semelhança com uma atriz conhecida. Andria, 24, uma loira saliente e ex-miss Texas, é uma aspirante a Reese Witherspoon. A batalhadora Courtney, 24, tem o cabelo ruivo curto e os lábios carnudos de Molly Ringwald; assim vai.
É um recurso de memória apropriado para Hollywood: os agentes sempre comparam seus clientes anônimos a celebridades com
as quais se pareçam.
Na apresentação, enquanto
imagens granulosas de uma
criança pequena vestida em roupa de bailarina enchem a tela, um
narrador pronuncia: "Toda menina sonha se tornar uma estrela".
Subitamente, as imagens passam
a mostrar estrelas como Uma
Thurman, caminhando pelo tapete vermelho em meio aos gritos
deslumbrados dos fãs.
Bobbie Shaw Chance, professora de interpretação em Hollywood (uma espécie de Stanislavski peitudo) e instrutora das garotas, insta as alunas a se concentrarem em mais que sua aparência.
"É fácil ser uma Pamela Anderson
em teatro barato", diz.
Mas a habilidade dramática delas tem um primeiro obstáculo
quando elas têm de recitar duas linhas de um "clássico", "O Guarda-Costas". Todas têm de imitar
Whitney Houston repreendendo
Kevin Costner: "Faço o que quero, quando quero. Você trabalha
aqui. Você trabalha para mim".
Dunaway segue padrões severos. "Não estamos na escola Paris
Hilton de interpretação."
Tradução Paulo Migliacci
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