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Coadjuvante se vê como personagem
especial para a Folha, em Los Angeles
Angelina Jolie é uma pessoa fora do comum (na infância, por exemplo, seu sonho era ser diretora de funerária). No trabalho, Jolie
também é original. Ao contrário da maioria das atrizes,
que dizem estar sempre
buscando personagens bem
diferentes de si próprias, ela
admite seguir caminho
oposto. "Não consigo me
ver interpretando uma pessoa completamente diferente de mim", disse Jolie, 24, à
Folha.
Em "Garota, Interrompida", Angelina Jolie é Lisa, a
mais rebelde e temida paciente de uma instituição
psiquiátrica do fim dos anos
60. Leia a seguir trechos da
entrevista à Folha.
(CLÁUDIO CASTILHO)
Folha - O que você tem
em comum com Lisa?
Angelina Jolie - Muito
mais do que eu admitiria em
público (risos). A verdade é
que não vejo nada de errado
com Lisa, mas sim com as
pessoas que estavam a seu
redor e que não a entendiam. Lisa não queria sair
matando como uma "serial
killer", como muitos pensavam, somente queria ver as
pessoas com mais vida. Esse
era seu maior problema.
Ela ficou enlouquecida ao
ver aqueles remédios sendo
dados a pessoas que eram
tratadas como loucas, quando, na verdade, estavam
bem da cabeça. Ela simplesmente queria parar com toda aquela loucura.
Folha - Você se acha mais
próxima de seu personagem ou de Susanna (Winona Ryder)?
Jolie - Em todo filme que
fiz até hoje, pode apostar que
sou minha personagem.
Sempre. Esse é, inclusive, o
motivo por que resolvi fazê-lo. Não acho que deva interpretar o papel de alguém diferente de mim, porque não
tenho o direito de tentar me
passar por alguém que poderia ser mais bem interpretado por outra atriz. Estou à
procura de mim mesma.
Folha - Dizem que, nas filmagens de "Garota, Interrompida", você e Winona
não se entenderam bem.
Jolie - Não é verdade. Winona é uma pessoa doce,
mas não sou de muitas amizades. E, além do mais, para
fazer com honestidade esse
filme, eu tive de me afastar
dela. Tinha de atacá-la no filme. Afastei-me dela para
não cair no erro de protegê-la em cena.
Folha - Você fez terapia
quando adolescente?
Jolie - Tentaram me convencer, mas o fato é que eu
não precisava (risos).
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