|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sombra de Holmes ofuscou outros textos do autor
DE LONDRES
O sucesso das aventuras do detetive Sherlock Holmes fez com
que o restante da obra de Arthur
Conan Doyle fosse subestimado,
ficasse em segundo plano.
Esta era uma opinião do próprio autor, que, em 1891, escreveu
à sua mãe, Mary: "Tenho pensado
em matar Holmes... e livrar-me
dele para sempre. Ele mantém
minha mente afastada de coisas
melhores".
Conan Doyle chegou a colocar a
idéia em prática: matou seu personagem na aventura "O Problema Final", em 1893.
A repercussão foi péssima, houve protestos de leitores em Londres, e, dez anos mais tarde, Conan Doyle trouxe Holmes de volta
às suas histórias, com o conto "A
Casa Vazia".
O escritor escocês continuou
criando aventuras para Holmes
até 1926, quatro anos antes de sua
morte. Escreveu cerca de 60 histórias com o detetive.
"Doyle tem outros textos ótimos, que não têm nenhum ligação com Sherlock Holmes", afirma Christopher Roden, da Sociedade Conan Doyle.
Entre essas obras estão "A Companhia Branca" (1891), história de
cavalaria ambientada no século
14, e "As Façanhas do Brigadeiro
Gerard" (1896), que se passa durante as guerras napoleônicas.
O autor escocês também dedicou uma boa parte de seus escritos a textos não-ficcionais, como
"A Grande Guerra dos Boers", sobre o conflito entre o Império Britânico e os colonos brancos na
África do Sul.
A obra foi editada em 1900, ano
em que Conan Doyle, médico por
formação, assumiu a função de
supervisor em um hospital de
Bloemfontein, na África do Sul.
Sua atuação no período rendeu-lhe o título de cavaleiro em 1902, e
o escritor passou a ser chamado,
entre os britânicos, de sir Arthur
Conan Doyle.
Nos últimos anos de sua vida, o
autor voltou-se para o estudo do
espiritismo, adotou-o como religião e elaborou várias obras sobre
o tema, como os dois volumes de
"A História do Espiritismo".
(LC)
Texto Anterior: Trecho Próximo Texto: Artigo - Carlos Fuentes: Gênero policial foge da inocência Índice
|