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COMENTÁRIO
Diretor acerta a mão ao retratar os bastidores
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
Em bom futebolês, "Boleiros 2"
mistura belos gols com lances dignos de pernas-de-pau no quesito
fidelidade ao universo dos jogadores de futebol.
Uma jogada de Ugo Giorgetti
fiel ao cotidiano boleiro é a criação do personagem vivido por
Paulo Miklos. Um empresário
que, como os da vida real, cuida
do dinheiro de seu jogador e se especializa em evitar que escândalos envolvendo o cliente ganhem
as páginas dos jornais.
O time de marias-chuteiras
lembra em especial o escrete de
loiras visto atualmente nos jogos
do Corinthians, na área dos parentes e amigos dos jogadores.
Só não confere o fato de na obra
todas as moças serem vigiadas
com rigor por seguranças. Empresários, amigos, cartolas e até
alguns patrocinadores empurram
algumas delas aos boleiros.
Estão entre as bolas fora o Pacaembu ser palco de uma decisão
do São Paulo, dono do Morumbi,
contra o Botafogo-RJ, o Palmeiras
com um jogador mais do que gorducho e os trajes do treinador vivido por Lima Duarte.
De terno, ele destoa dos técnicos
da antiga, como Zagallo. Essa turma prefere os agasalhos.
Porém, o diálogo de Edil, o tal
treinador, com a árbitra Neidinha
(Denise Fraga) é bem parecido
com os barracos que vemos nos
jogos de verdade.
O ataque histérico e homofóbico do personagem de Lima Duarte lembra o santista Vanderlei Luxemburgo, com quem, aliás, é
comparado na cena. No último
domingo, o treinador reclamou
por se sentir paquerado pelo juiz
após jogo com o São Paulo.
Uma das cenas finais também é
familiar para quem está acostumado a freqüentar os saguões de
hotéis onde se hospedam os grandes times. Na saída, os astros deixam para trás uma legião de pedintes, fãs e mulheres que sonham ser chamadas de mamãe
por filhos de jogadores.
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