São Paulo, sexta-feira, 07 de abril de 2006

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COMENTÁRIO

Diretor acerta a mão ao retratar os bastidores

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

Em bom futebolês, "Boleiros 2" mistura belos gols com lances dignos de pernas-de-pau no quesito fidelidade ao universo dos jogadores de futebol.
Uma jogada de Ugo Giorgetti fiel ao cotidiano boleiro é a criação do personagem vivido por Paulo Miklos. Um empresário que, como os da vida real, cuida do dinheiro de seu jogador e se especializa em evitar que escândalos envolvendo o cliente ganhem as páginas dos jornais.
O time de marias-chuteiras lembra em especial o escrete de loiras visto atualmente nos jogos do Corinthians, na área dos parentes e amigos dos jogadores.
Só não confere o fato de na obra todas as moças serem vigiadas com rigor por seguranças. Empresários, amigos, cartolas e até alguns patrocinadores empurram algumas delas aos boleiros.
Estão entre as bolas fora o Pacaembu ser palco de uma decisão do São Paulo, dono do Morumbi, contra o Botafogo-RJ, o Palmeiras com um jogador mais do que gorducho e os trajes do treinador vivido por Lima Duarte.
De terno, ele destoa dos técnicos da antiga, como Zagallo. Essa turma prefere os agasalhos.
Porém, o diálogo de Edil, o tal treinador, com a árbitra Neidinha (Denise Fraga) é bem parecido com os barracos que vemos nos jogos de verdade.
O ataque histérico e homofóbico do personagem de Lima Duarte lembra o santista Vanderlei Luxemburgo, com quem, aliás, é comparado na cena. No último domingo, o treinador reclamou por se sentir paquerado pelo juiz após jogo com o São Paulo.
Uma das cenas finais também é familiar para quem está acostumado a freqüentar os saguões de hotéis onde se hospedam os grandes times. Na saída, os astros deixam para trás uma legião de pedintes, fãs e mulheres que sonham ser chamadas de mamãe por filhos de jogadores.


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