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Amparado na fama, Ozzy Osbourne empolga o público
Show em São Paulo, ontem à noite, teve mordida em morcego de borracha, guitarrista sangrando e balde d'água
Show pontual e de som potente contou com público usando chifrinhos vermelhos e hits antigos como "Iron Man" e "Paranoid"
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL
Amparando-se mais no seu
status de mito do heavy metal
do que em sua precária forma
física, Ozzy Osbourne empolgou os 39 mil fãs que encheram
o Parque Antarctica, em show
ontem que marcou sua volta a
São Paulo após 13 anos e teve
mordida em morcego de borracha e guitarrista sangrando.
A apresentação, com abertura das bandas Black Label Society e Korn, foi marcada pela
pontualidade, pelo som estrondoso e pela participação do público nos clássicos do Black
Sabbath -"War Pigs", "Iron
Man" e "Paranoid"-, a banda
em que Ozzy despontou.
Antes mesmo de entrar no
palco, o cantor clamava pela
participação do público, puxando dos bastidores o coro de
"ôôô, Ozzy, Ozzy". Seguiram-se
montagens de vídeos em que o
astro, politicamente incorretíssimo, debochava de personalidades como a rainha Elizabeth
2ª e Heather Mills, ex-mulher
de Paul McCartney.
O "Príncipe das Trevas" entrou em cena pouco antes das
22h30, ao som da nova e apropriada "I Don't Wanna Stop",
em cujo refrão diz: "Toda minha vida/ Vivi exageradamente/ Não sei o que estou fazendo/ Só sei que não quero parar".
Formado em sua maioria por
jovens que não testemunharam as outras visitas do astro ao
Brasil (em 1985 e 1995), o público tratava com reverência o senhor cabeludo e barrigudo, que
lhes jogava baldes de água.
Sucessos da fase solo de Ozzy
como "Bark at the Moon" e "No
More Tears" (esta, pedida em
coro) também foram bem-recebidos. A platéia colaborou reforçando as imagens que ajudaram a construir a mitologia "satânica" do astro -boa parte da
audiência, especialmente a feminina, usava chifrinhos vermelhos brilhantes (R$ 20 nos
camelôs fora do estádio).
A certa altura, alguém ainda
jogou um morcego de borracha
no palco, e Ozzy, fazendo jus à
fama, mordeu o bicho.
Não faltou nem o sangue, de
verdade, cortesia do guitarrista
Zakk Wylde, que cortou a mão
(segundo a assessoria do evento, após socar a parede do camarim) e tocou as últimas canções -inclusive o enorme solo
entre "Crazy Train" e "Iron
Man"- sangrando bastante.
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