São Paulo, segunda-feira, 07 de abril de 2008

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comentário

Astro encarnou heróis "maiores do que a vida"

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

Charlton Heston encarnou como nenhum outro o herói hollywoodiano "maior que a vida". Seu rosto granítico e porte atlético deram forma a figuras histórico-mitológicas: Moisés ("Os Dez Mandamentos", 1956), "Ben Hur" (59), "El Cid" (61).
Com o declínio dos épicos, Heston passou a salvar o mundo em distopias futuristas -"O Planeta dos Macacos" (68), "No Mundo de 2020" (73)- e em filmes-catástrofe como "Terremoto" (74) e "Aeroporto 75".
Na Judéia pré-cristã ou no espaço, ele foi a imagem do "mocinho" sem máculas ou dúvidas, portador de todas as virtudes: belo, forte, íntegro, cheio de energia e boa intenção.
O humor, as hesitações e o cinismo dos heróis de hoje (Indiana Jones, James Bond etc.), não cabiam no figurino conservador clássico de Heston. É irônico que sua última aparição de impacto tenha sido em "Tiros em Columbine", como a triste figura de um defensor das armas para a resolução dos problemas individuais e coletivos. Anacrônico e direitista, mas afinado com a era Bush.


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