|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
comentário
Astro encarnou heróis "maiores do que a vida"
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
Charlton Heston encarnou como nenhum outro o
herói hollywoodiano
"maior que a vida". Seu
rosto granítico e porte
atlético deram forma a figuras histórico-mitológicas: Moisés ("Os Dez Mandamentos", 1956), "Ben
Hur" (59), "El Cid" (61).
Com o declínio dos épicos, Heston passou a salvar o mundo em distopias
futuristas -"O Planeta
dos Macacos" (68), "No
Mundo de 2020" (73)- e
em filmes-catástrofe como "Terremoto" (74) e
"Aeroporto 75".
Na Judéia pré-cristã ou
no espaço, ele foi a imagem do "mocinho" sem
máculas ou dúvidas, portador de todas as virtudes:
belo, forte, íntegro, cheio
de energia e boa intenção.
O humor, as hesitações e
o cinismo dos heróis de
hoje (Indiana Jones, James Bond etc.), não cabiam no figurino conservador clássico de Heston.
É irônico que sua última
aparição de impacto tenha
sido em "Tiros em Columbine", como a triste figura
de um defensor das armas
para a resolução dos problemas individuais e coletivos. Anacrônico e direitista, mas afinado com a
era Bush.
Texto Anterior: Ator Charlton Heston, 84, morre nos EUA Próximo Texto: Amparado na fama, Ozzy Osbourne empolga o público Índice
|