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Edição é preguiçosa
da Reportagem Local
É um escracho. Para comemorar os 30 anos do tropicalismo (que, a rigor, começou há 31, com "Alegria,
Alegria" e "Domingo no
Parque"), a PolyGram vem
com uma caixinha indecente, que só faz reunir num
invólucro de papelão discos
já lançados antes em CD.
São, de fato, os discos
cruciais do movimento.
Mas não os únicos -só os
"oficiais", para falar claro.
Relança-se o óbvio e se
mantém no escuro a tropicália de Nara Leão, Tom Zé,
Rogério Duprat, de (por
que não?) Ronnie Von, o
refluxo tropicalista de 69, o
pós-tropicalismo de Macalé, Mautner, Erasmo...
Do que sobra, faz chorar
o descuido editorial. Os álbuns de Gil e Gal (este de 29
anos de idade), antes editados em CD com a tarja da
"Série Colecionador", perdem a tarja, mas ganham
edição porca -o neonacionalismo universalista da
tropicália é dizimado, no
volume de Gil, por hedionda contracapa tipo bandeira da... Jamaica!
Há, ao menos, o libreto
explicativo, mas... ei, é bilíngue, português/inglês.
Está tudo explicado: trata-se de produto para exportação, que deve encontrar lá seus consumidores.
Por aqui, entretanto, após
o Carnaval axé na Bahia,
parece que ninguém está
muito a fim de louvar a data
comemorativa. A tropicália
merecia mais.
(PAS)
Caixa: Tropicália 30 Anos
Lançamento: PolyGram
Quanto: R$ 90, em média (5 CDs)
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