São Paulo, terça, 7 de abril de 1998

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Edição é preguiçosa

da Reportagem Local

É um escracho. Para comemorar os 30 anos do tropicalismo (que, a rigor, começou há 31, com "Alegria, Alegria" e "Domingo no Parque"), a PolyGram vem com uma caixinha indecente, que só faz reunir num invólucro de papelão discos já lançados antes em CD.
São, de fato, os discos cruciais do movimento. Mas não os únicos -só os "oficiais", para falar claro. Relança-se o óbvio e se mantém no escuro a tropicália de Nara Leão, Tom Zé, Rogério Duprat, de (por que não?) Ronnie Von, o refluxo tropicalista de 69, o pós-tropicalismo de Macalé, Mautner, Erasmo...
Do que sobra, faz chorar o descuido editorial. Os álbuns de Gil e Gal (este de 29 anos de idade), antes editados em CD com a tarja da "Série Colecionador", perdem a tarja, mas ganham edição porca -o neonacionalismo universalista da tropicália é dizimado, no volume de Gil, por hedionda contracapa tipo bandeira da... Jamaica!
Há, ao menos, o libreto explicativo, mas... ei, é bilíngue, português/inglês. Está tudo explicado: trata-se de produto para exportação, que deve encontrar lá seus consumidores.
Por aqui, entretanto, após o Carnaval axé na Bahia, parece que ninguém está muito a fim de louvar a data comemorativa. A tropicália merecia mais. (PAS)

Caixa: Tropicália 30 Anos Lançamento: PolyGram Quanto: R$ 90, em média (5 CDs)


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