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"APROXIMAÇÕES DO ESPÍRITO POP: 1963-68"
Obras em exposição levantam questões relativas à aplicação do estilo na produção do Brasil
Artistas se aproximam ao discutir o pop
Divulgação
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"Matéria e Forma, o Porco" (1966), obra de Nelson Leirner que apresenta um porco empalhado e está em exposição no MAM |
TIAGO MESQUITA
ESPECIAL PARA A FOLHA
"Aproximações do Espírito Pop" não é uma exposição da pop art nacional. Os
quatro artistas seriam dificilmente enquadrados em alguma
tendência. Suas obras foram escolhidas não por representarem
o pop no país, mas por conseguirem levantar questões dessa corrente na produção local.
A diminuição do estilo pessoal
em nome da composição por
imagens prontas é um elemento
comum entre as manifestações
da arte pop americana e os artistas recuperados na exposição.
Lá, a pop art deu nova importância à representação de objetos reconhecíveis. As imagens eram retiradas direto da circulação de mercadorias, furtando-lhes uma camada de artesanato.
O uso de imagens e referências
prontas nos trabalhos da coletiva participa da obra e lhe dá um
aspecto mais objetivo. E tais ícones parecem constituir certa
densidade positiva.
Apesar de Waldemar Cordeiro
manipular imagens produzidas
industrialmente, ele não procura
o banal. Antes, reitera a idéia de
planejamento do concretismo.
O modo como a pop art referencia o realismo mágico de
Wesley Duke Lee é mais ambíguo. Longe de sentidos fugazes,
a figuração pretende estabelecer
relações inusitadas, que reconstituam um sentido tradicional
da pintura. O caráter antimoderno aparece na apropriação de
objetos de Nelson Leirner. Seu
porco empalhado denuncia a
suposta falta de critérios da liberação da arte moderna.
É Antônio Dias que se vale melhor da ambiguidade. Por trás da
fria objetividade, estão signos
orgânicos. Em vez de espectros,
procura uma pulsação emporcalhada e dolorida que a transparência das linhas não contém.
Tiago Mesquita é crítico de arte
Aproximações do Espírito Pop
Onde: MAM (pq. Ibirapuera, portão 2,
São Paulo, tel. 0/xx/11/5549-9688)
Quando: ter., qua. e sex., das 12h às
18h; qui., das 12h às 22h; sáb. e dom.,
das 10h às 18h. Até 22/6
Quanto: R$ 5
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