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Anúncio de mudanças não sai na 2ª
DAYANNE MIKEVIS
DA AGÊNCIA FOLHA
O anúncio das alterações definitivas na Lei Rouanet deve ocorrer
apenas no segundo semestre deste ano. O Ministério da Cultura
chegou a divulgar que as tão discutidas mudanças na lei seriam
apresentadas em versão final na
segunda-feira pelo ministro Gilberto Gil no Rio de Janeiro, mas
ele deve apenas apontar as propostas de alteração a serem discutidas. A assessoria de imprensa do
ministério diz que uma falha de
comunicação gerou o equívoco.
As medidas que o ministro defende visam redistribuir os recursos da lei, concentrados no eixo
Rio-São Paulo, com iniciativas como a fixação de um teto regional.
Segundo a produtora cultural
Assunção Hernandez, não são necessárias modificações na lei para
distribuir melhor os recursos no
país: "Há o Fundo Nacional de
Cultura para isso, a Lei Rouanet é
para os produtores independentes". Para Hernandez, o governo
deturpa a finalidade da lei quando
entra em concorrência com projetos independentes ao pedir reformas de prédios públicos ou patrimônio histórico via lei.
O secretário de Fomento da
Cultura, Sérgio Xavier, afirmou
que acha legítimo que se use a Lei
Rouanet para recuperação de patrimônio, pois, segundo ele, o orçamento da pasta não cobre todas
as suas necessidades.
Especializado em política cultural, o advogado Fábio Cesnik
acredita que o problema da lei é
que se criou todo um mercado dependente de um único mecanismo. Para ele, a falta de política pública é o grande problema.
Entre as propostas a serem
apresentadas pelo ministro na segunda estão: a alteração no teto de
renúncia fiscal, compensações
para as fundações (cujos gastos
com a manutenção não poderão
mais figurar do total abatido no
Imposto de Renda e deve-se criar
uma taxa de cerca de 25% do total
investido para financiar produtores independentes), criação de
projetos por editais, implantação
de cadastro único para o projeto
cultural e acompanhamento da
movimentação dos recursos por
um banco (a Caixa Econômica
Federal ou o Banco do Brasil).
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