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POLÍTICA CULTURAL
Produtores do Rio não querem mudar teto de renúncia fiscal
Grupo critica alteração na Lei Rouanet
DA SUCURSAL DO RIO
Um grupo de atores e produtores cariocas vem debatendo há
dois meses as possíveis mudanças
na Lei Rouanet. Eles se encontraram quatros vezes com o presidente da Funarte (Fundação Nacional de Arte), Antonio Grassi, e
uma vez com o ministro Gilberto
Gil. Depois de tantas conversas, ficaram surpresos em saber pela
imprensa que as mudanças já estariam decididas.
A alteração que mais desagrada
ao grupo diz respeito à renúncia
fiscal: as empresas não poderiam
mais deduzir 100% do investido
em patrocínio cultural, mas no
máximo 90%, seguindo uma tabela de tetos feita para estimular o
apoio a projetos de fora do eixo
Rio-São Paulo. "Se isso realmente
acontecer, muitas empresas desistirão de patrocinar teatro", diz
Maria Padilha, um dos nomes
mais conhecidos do grupo, ao lado de Marieta Severo, Marco Nanini, Renata Sorrah, Christiane
Torloni e Marcelo Serrado.
O grupo está correndo contra o
tempo para tentar, no encontro
de segunda-feira com o secretário
de Fomento, Sérgio Xavier, demover o ministério dessa idéia.
Em conversa por telefone, anteontem, com o presidente da
APTR (Associação dos Produtores Teatrais do Rio de Janeiro),
Eduardo Barata, Xavier garantiu
que o pacote de alterações ainda
não está fechado.
"Ninguém é contra a descentralização de recursos, mas o que está havendo é a descentralização
da miséria", afirma Barata, cuja
associação conta com 80 filiados.
Os produtores querem que o
MinC mostre para onde foram os
R$ 411 milhões captados em 2003,
recorde de arrecadação da Lei
Rouanet que, segundo eles, não
chegou aos palcos. O ano passado
teria sido crítico mesmo para atores consagrados, inviabilizando a
alegação da pasta de que os recursos devem ser democratizados.
No domingo, às 21h30, os produtores se encontrarão no Teatro
do Leblon para traçar uma estratégia para a reunião de segunda-feira. Deverão estar presentes representantes do teatro paulista.
(LUIZ FERNANDO VIANNA)
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