São Paulo, sexta-feira, 07 de maio de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"THE GIRL IN THE OTHER ROOM"

Cantora estaciona no meio do caminho entre o jazz e o pop

EDSON FRANCO
EDITOR DE VEÍCULOS E CONSTRUÇÃO

Antes, um aviso: nada contra músicos de jazz incorporarem o pop ou qualquer outro estilo mais palatável. Assim foi desde quando os jazzistas viram graça na música de Gershwin e Cole Porter e passaram a lê-la com o arsenal e o suingue interpretativo dos adeptos da improvisação.
O que acontece com Diana Krall em "The Girl in the Other Room" é o oposto. Em vez de receber, decifrar e decodificar, ela perde o eixo e dilui a sua musicalidade num pop à deriva, com melodias que parecem coladas com saliva.
No final das contas, ninguém sai ganhando ou, por outra, há migalhas para todos. Tem momentos de bom jazz stricto sensu ("Stop This World" e "Temptation"), e o resto é dominado por uma falta de direcionamento que pode ser confundida com ousadia.
O trabalho é uma mensagem de Krall a uma companheira de trabalho: "Olha, Norah Jones, se você faz, eu também posso". Vai vender pra burro.


The Girl in the Other Room
 
Artista: Diana Krall
Lançamento: Universal
Quanto: R$ 35, em média



Texto Anterior: "The Girl in the Other Room": Diana Krall incomoda puristas ao mexer em tangentes do jazz
Próximo Texto: Outros lançamentos - Diários de Motocicleta
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.