|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MÚSICA
Evento traz ao país o elogiado quinteto nova-iorquino The Walkmen
Festival Mada transporta o som de Nova York a Natal
DA REDAÇÃO
É neste mês de maio que acontece uma das conexões mais insólitas do mundo rock. O ótimo
quinteto The Walkmen, de Nova
York, que mesmo em Nova York
está a ponto de estourar, vem ao
Brasil neste mês para um show.
Sem São Paulo, ou Rio, ou Belo
Horizonte. É apenas em Natal.
O evento é uma bola dentro do
Música Alimento da Alma, mais
conhecido como Mada, festival
que mistura bandas roqueiras independentes com artistas pop do
mainstream e que chega à sua
sexta edição.
Além da banda nova-iorquina,
se apresentam entre os próximos
dias 20 e 22 gente como Marcelo
D2, Sepultura, O Rappa e Lulu
Santos. O grupo americano está
escalado para o último dia. Toca
antes de Jorge Ben Jor.
Não muito conhecido mesmo
no circuito dos EUA, o Walkmen
surgiu há quatro anos, cria de outras duas bandas indies: Jonathan
Fire *Eater e Recoys.
A música do Walkmen não tem
nada a ver com a dos Strokes, mas
o grupo entrou na esteira do sucesso dos conterrâneos e foi colocado na leva das "boas bandas de
Nova York".
Aqui, não há nada de rock de
garagem -um híbrido de U2
com Joy Division seria um resumo mais ou menos acurado do
que é o som do Walkmen. Forte
sustentação dessa equação é a voz
grandiosa de Hamilton Leithauser, que lembra a de Bono.
"Nós nos mudamos para lá [de
Washington para Nova York]
porque é uma cidade grande com
grandes lugares para tocar. Muitas bandas fizeram isso", disse
Leithauser, por telefone, à Folha.
"Muitas dessas bandas são tão
duradouras quanto ar quente...
Mas o que acontece é que é em
Nova York onde a indústria está,
onde as pessoas, as revistas, as
TVs estão baseadas. Então é lá
que as pessoas vão te ver", disse.
O primeiro disco, "Everyone
Who Pretended to Like me Is Gone", de 2002, foi suficiente para
dar ao Walkmen a visibilidade de
páginas de revistas e jornais dos
EUA, da Europa e do Brasil.
O grupo estampou uma capa da
Ilustrada de maio de 2002, em
textos sobre... as novas bandas de
Nova York. Na ocasião, em entrevista, Leithauser comentava a
comparação com U2 e Joy Division: "É difícil negar...".
Pois essas comparações terão
que ser alargadas. O novo disco
do grupo, "Bows and Arrows"
-o primeiro por uma grande
gravadora, a Warner, e sem previsão de chegada ao Brasil-, deixa
um pouco o "grandiosismo sonoro" do primeiro álbum (evidenciado pelos teclados etéreos e as
guitarras esparsadas) para se concentrar em timbres mais crus. É,
de certo modo, mais rock.
"Quando fizemos o primeiro
disco, ainda não havíamos tocado
ao vivo aquelas músicas. Ficamos
muito tempo no estúdio, testando
sons e equipamentos. Aquele foi
como o resultado de um "projeto
de gravação'", conta o vocalista.
"Desta vez queríamos fazer um
álbum "ao vivo", levar as performances ao estúdio. É como se estivéssemos num concerto."
Para os shows do Mada, Leithauser diz que o grupo vai intercalar canções de seus dois CDs.
"Nós costumamos tocar os dois
álbuns, metade de cada um. Ficamos entediados com as mesmas
músicas, então sempre que possível tentamos inovar de alguma
forma."
(THIAGO NEY)
MADA 2004. Festival com as bandas
Walkmen, Sepultura, Marcelo D2, Jorge
Ben Jor e outros. Onde: Costeira Palace
(via Costeira, praia dos Artistas, Natal).
Quando: 20, 21 e 22 de maio. Quanto: R$
30 (para os três dias), R$ 12 (por dia).
Informações: www.festivalmada.com.br. Patrocinador: TIM.
Texto Anterior: Carlos Heitor Cony: O enviado especial Próximo Texto: Frase Índice
|