São Paulo, sexta-feira, 07 de maio de 2004

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MÚSICA

Evento traz ao país o elogiado quinteto nova-iorquino The Walkmen

Festival Mada transporta o som de Nova York a Natal

DA REDAÇÃO

É neste mês de maio que acontece uma das conexões mais insólitas do mundo rock. O ótimo quinteto The Walkmen, de Nova York, que mesmo em Nova York está a ponto de estourar, vem ao Brasil neste mês para um show. Sem São Paulo, ou Rio, ou Belo Horizonte. É apenas em Natal.
O evento é uma bola dentro do Música Alimento da Alma, mais conhecido como Mada, festival que mistura bandas roqueiras independentes com artistas pop do mainstream e que chega à sua sexta edição.
Além da banda nova-iorquina, se apresentam entre os próximos dias 20 e 22 gente como Marcelo D2, Sepultura, O Rappa e Lulu Santos. O grupo americano está escalado para o último dia. Toca antes de Jorge Ben Jor.
Não muito conhecido mesmo no circuito dos EUA, o Walkmen surgiu há quatro anos, cria de outras duas bandas indies: Jonathan Fire *Eater e Recoys.
A música do Walkmen não tem nada a ver com a dos Strokes, mas o grupo entrou na esteira do sucesso dos conterrâneos e foi colocado na leva das "boas bandas de Nova York".
Aqui, não há nada de rock de garagem -um híbrido de U2 com Joy Division seria um resumo mais ou menos acurado do que é o som do Walkmen. Forte sustentação dessa equação é a voz grandiosa de Hamilton Leithauser, que lembra a de Bono.
"Nós nos mudamos para lá [de Washington para Nova York] porque é uma cidade grande com grandes lugares para tocar. Muitas bandas fizeram isso", disse Leithauser, por telefone, à Folha.
"Muitas dessas bandas são tão duradouras quanto ar quente... Mas o que acontece é que é em Nova York onde a indústria está, onde as pessoas, as revistas, as TVs estão baseadas. Então é lá que as pessoas vão te ver", disse.
O primeiro disco, "Everyone Who Pretended to Like me Is Gone", de 2002, foi suficiente para dar ao Walkmen a visibilidade de páginas de revistas e jornais dos EUA, da Europa e do Brasil.
O grupo estampou uma capa da Ilustrada de maio de 2002, em textos sobre... as novas bandas de Nova York. Na ocasião, em entrevista, Leithauser comentava a comparação com U2 e Joy Division: "É difícil negar...".
Pois essas comparações terão que ser alargadas. O novo disco do grupo, "Bows and Arrows" -o primeiro por uma grande gravadora, a Warner, e sem previsão de chegada ao Brasil-, deixa um pouco o "grandiosismo sonoro" do primeiro álbum (evidenciado pelos teclados etéreos e as guitarras esparsadas) para se concentrar em timbres mais crus. É, de certo modo, mais rock.
"Quando fizemos o primeiro disco, ainda não havíamos tocado ao vivo aquelas músicas. Ficamos muito tempo no estúdio, testando sons e equipamentos. Aquele foi como o resultado de um "projeto de gravação'", conta o vocalista. "Desta vez queríamos fazer um álbum "ao vivo", levar as performances ao estúdio. É como se estivéssemos num concerto."
Para os shows do Mada, Leithauser diz que o grupo vai intercalar canções de seus dois CDs. "Nós costumamos tocar os dois álbuns, metade de cada um. Ficamos entediados com as mesmas músicas, então sempre que possível tentamos inovar de alguma forma."
(THIAGO NEY)


MADA 2004. Festival com as bandas Walkmen, Sepultura, Marcelo D2, Jorge Ben Jor e outros. Onde: Costeira Palace (via Costeira, praia dos Artistas, Natal). Quando: 20, 21 e 22 de maio. Quanto: R$ 30 (para os três dias), R$ 12 (por dia). Informações: www.festivalmada.com.br. Patrocinador: TIM.


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