São Paulo, domingo, 07 de maio de 2006

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TV PAGA

Produção estréia hoje no canal Telecine Premium

Terrorismo e mundo da espionagem inspiram a nova série "Sleeper Cell"

RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com estréia hoje no Brasil, "Sleeper Cell" mostra mais uma vez como o cinema e a televisão dos EUA parecem estar adiante da realidade. A série trata de terrorismo; outra anterior, também no Telecine, "Over There", mostrava soldados em ação no Iraque.
A história gira em torno de um ex-presidiário muçulmano (o ator Michael Ealy) que é agente duplo, infiltrado numa célula terrorista em Los Angeles. O nome da série -literalmente, "célula dormente"- costumava ser empregado no mundo da espionagem para designar um agente infiltrado no inimigo, mas quieto, sem operar -até o momento que deixa de ser dormente e se torna ativo, passando informações.
Um dos problemas da espionagem americana -pode-se dizer mesmo da espionagem ocidental, com a possível exceção de Israel-, é a falta de atenção à "humint" e um excesso de interesse na "elint". Traduzindo: "inteligência humana", aquela coletada por espiões de carne e osso; e "inteligência eletrônica", obtida por sensores, de escuta telefônica a satélites de reconhecimento.
Na atual guerra com o terrorismo, o Ocidente se vê às voltas com bom número de seguidores do profeta Maomé. Parte significativa deles mora em lugares como o Paquistão, o Sudão e o Afeganistão, onde um agente americano jamais vai querer morar.
Colocar uma "sleeper cell" nesses lugares significaria condenar um sujeito a uma vida difícil. Mesmo um muçulmano-americano relutaria em ir morar numa vila afegã. O "célula" da série tem sorte, pois terroristas também se aproveitam e parasitam comunidades islâmicas no Ocidente -um perigo potencial mais imediato. O primeiro episódio mostra um dos temas recorrentes dos filmes/livros de espionagem -quem é quem? quem está de fato do meu lado?
A série teve uma primeira temporada de dez episódios e conseguiu chegar a uma segunda, com mais oito. Já é um desempenho melhor do que o de "Over There", que deve ter assustado demais os espectadores pelo realismo.


Sleeper Cell
Quando:
hoje, às 13h, no Telecine Premium



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