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Sítio histórico requer know-how em madeira
da Reportagem Local
A construção da estação de trem
e vila de Paranapiacaba foi uma
iniciativa de Irineu Evangelista de
Souza, o barão de Mauá, que recebeu a concessão para a construção
de uma linha de trem entre Santos
e Rio Claro. Para vencer a serra do
Mar, utilizou-se um arrojado sistema de tração funicular (leia texto
nesta página).
Em 1860, o barão associou-se a
empresários ingleses e iniciou a
construção, que não chegou a
completar.
A empreite/ira encarregada da
construção, a Robert Sharp &
Sons, abriu falência na metade dos
trabalhos e enterrou o investimento do barão, que nunca se recuperou totalmente do baque.
A empreitada passou para investidores ingleses, que a inauguraram em 16 de fevereiro de 1867.
Usada inicialmente para o escoamento da produção cafeeira de São
Paulo, a São Paulo Railway (seu
nome de origem) logo transformou-se na ferrovia mais rentável
de toda a América Latina, título
que deteve até 1937, graças à sua
exclusividade de acesso ao litoral
paulista.
O processo de adesão à lista da
WMF foi encaminhado à entidade
norte-americana pelo arquiteto
Antonio Soukef Junior. Segundo o
projeto apresentado, o projeto
ideal para o sítio histórico deveria
preservar as características ecológicas do conjunto, que se encontra
incrustado na serra do Mar, além
das históricas: Paranapiacaba é
uma típica vila ferroviária inglesa
do século 19.
Grande parte da área da mata e
da vila pertencem à Rede Ferroviária Federal S/A.
Segundo Soukef Junior, o principal problema da vila é a falta de
know-how brasileiro para a restauração e manutenção de estruturas arquitetônicas em madeira,
que é o material básico de construção de toda a vila.
Em seus áureos tempos de trabalho, Paranapiacaba contava com
residências específicas para solteiros ou casados e para operários,
engenheiros e administrador (esta
última no ponto mais alto da vila,
casa que hoje abriga um pequeno e
precário museu).
O meio mais viável para se chegar à vila de Paranapiacaba hoje é
pegar um trem na estação da Luz
até Rio Grande da Serra e dali um
ônibus para a vila.
(CF)
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