|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MÚSICA E CIÊNCIA
Compositor rebate críticas que recebeu por'Quanta'
Gilberto Gil debate seu disco com pesquisadores da Unicamp
FABIANO ALCÂNTARA
da Folha Campinas
O mais recente trabalho de Gilberto Gil, "Quanta", recebeu elogios dos pesquisadores que debateram com o músico anteontem na
Unicamp (Universidade Estadual
de Campinas).
O professor-titular da faculdade
de Educação, Rubem Alves, disse
que a iniciativa de Gil de aproximar a ciência da arte é um importante passo para o resgate da relação beleza/conhecimento.
"Saboroso vem de saber, sábio
quer dizer eu saboreio. Ciência é
bom de se comer", disse Alves.
Gil reclamou das críticas que o
disco vem recebendo.
"Tem gente que acha um absurdo um artista popular fazer samba
com física quântica, mas, se o assunto me interessa, eu o reflito na
minha arte", afirmou.
Gil iniciou sua palestra citando
João Cabral de Melo Neto. "Para
mim, o inconsciente não tem nada
de metafísico. Ele está no ser humano como qualquer outra parte
do seu corpo", disse.
Depois, leu um artigo do cientista Robert Louis Bernstein, publicado na revista "Science".
O texto citava as relações de
grandes cientistas, como Einstein
e Darwin, com a música.
O físico Newton Bernardes citou
o choque mitológico entre Apolo e
Dionísio para exemplificar a relação entre ciência e arte.
"Apolo simboliza a ciência, é o
deus da certeza; Dionísio é a beleza
e a arte", disse.
Cerca de 500 alunos e professores assistiram ao debate. Esse foi o
terceiro encontro do músico com
pesquisadores para debater o CD
"Quanta" -os outros aconteceram na Universidade de Brasília e
na Universidade Federal do Pará.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|