São Paulo, sábado, 07 de julho de 2001

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LIVROS/LANÇAMENTOS

POESIA

Editora lança quatro primeiros títulos, dando espaço à produção de veteranos e novatos sem se prender a escolas

Azougue estréia sem "norte" estético

MARGINAL Reunião de nove livros, oito publicados de 1972 a 1998 e mais um com poemas inéditos do autor mineiro, considerado um dos precursores da poesia marginal e neto do simbolista Alphonsus de Guimaraens; reproduz as capas originais, criadas por artistas como Cildo Meireles

OBRA COMPLETA Volume com toda a produção do poeta paulista, surgido com a geração dos anos 60, ao lado de Roberto Piva e outros; morto em 1992, Paulini foi também dramaturgo; o lançamento inclui três textos críticos sobre o autor, além de uma entrevista e um poema inéditos em livro

FILOSOFIA Quinto título de poesia do autor carioca, nascido em 1966 e que transita entre a poesia e a filosofia, tendo participado também das antologias "7 + 1" e "A Poesia Fluminense no Século 20"; segundo o posfácio de Alberto Pimenta, seus poemas dialogam com Fernando Pessoa e Poe

IMAGENS Nascido em São Paulo em 1962, o poeta é também tradutor do cubano José Kozer e do uruguaio Eduardo Milán, que assina o prefácio do livro; é autor de mais dois volumes de poemas, nos quais valoriza as imagens e parte de biografias de outros poetas, como Dante Alighieri

RODRIGO MOURA
DA REPORTAGEM LOCAL

Foi uma evolução natural que levou a revista "Azougue" a se transformar em editora Azougue. Depois de editar poesia por sete anos, a publicação deu um passo à frente e virou casa editorial, estreando com quatro títulos da produção poética brasileira.
Dois deles, "Ser Infinitas Palavras", de Afonso Henriques Neto, e "O Gerifalto", de Celso Luiz Paulini, são dedicados a poetas veteranos, com produção iniciada, respectivamente, nos anos 70 e 60. Os outros dois, "A Sombra do Leopardo", de Cláudio Daniel, e "A Vida É Assim", de Alberto Pucheu, dão voz a valores surgidos nos anos 90.
Sergio Cohn, 27, o editor por trás da iniciativa, frisa a ausência de dogmas pela qual a editora pretende pautar sua atuação.
"A Azougue reflete um momento da poesia brasileira em que não existe muito norte estético. Todos os poetas que nós lançamos têm dicções muito pessoais e muito distantes umas das outras. Isso é uma coisa boa: um campo aberto, sem muitas escolas ou caminhos pré-dados para seguir."
Com 100% de investimento próprio, um dos estigmas que a editora pretende questionar é a pouca viabilidade comercial da poesia. "Queremos inverter o círculo vicioso de o autor ter que pagar suas edições. Um dos nossos títulos, por exemplo, já se pagou."
Poesia, contudo, não será o único campo de atuação da editora. O próximo título será uma reunião de artigos críticos sobre cinema do diretor Rogério Sganzerla, escritos nos anos 60.
E a "Azougue" em revista continua na praça com lançamento do nono número previsto para agosto, o qual o editor chama de trabalho de base para a editora.



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