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LIVROS/LANÇAMENTOS
POESIA
Editora lança quatro primeiros títulos, dando espaço à produção de veteranos e novatos sem se prender a escolas
Azougue estréia sem "norte" estético
MARGINAL Reunião de nove livros, oito publicados de 1972 a 1998 e mais um com poemas inéditos do autor mineiro, considerado um dos precursores da poesia marginal e neto do simbolista Alphonsus de Guimaraens; reproduz as capas originais, criadas por artistas como Cildo Meireles
OBRA COMPLETA Volume com toda a produção do poeta paulista, surgido com a geração dos anos 60, ao lado de Roberto Piva e outros; morto em 1992, Paulini foi também dramaturgo; o lançamento inclui três textos críticos sobre o autor, além de uma entrevista e um poema inéditos em livro
FILOSOFIA Quinto título de poesia do autor carioca, nascido em 1966 e que transita entre a poesia e a filosofia, tendo participado também das antologias "7 + 1" e "A Poesia Fluminense no Século 20"; segundo o posfácio de Alberto Pimenta, seus poemas dialogam com Fernando Pessoa e Poe
IMAGENS Nascido em São Paulo em 1962, o poeta é também tradutor do cubano José Kozer e do uruguaio Eduardo Milán, que assina o prefácio do livro; é autor de mais dois volumes de poemas, nos quais valoriza as imagens e parte de biografias de outros poetas, como Dante Alighieri
RODRIGO MOURA
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi uma evolução natural que
levou a revista "Azougue" a se
transformar em editora Azougue.
Depois de editar poesia por sete
anos, a publicação deu um passo à
frente e virou casa editorial, estreando com quatro títulos da
produção poética brasileira.
Dois deles, "Ser Infinitas Palavras", de Afonso Henriques Neto,
e "O Gerifalto", de Celso Luiz
Paulini, são dedicados a poetas
veteranos, com produção iniciada, respectivamente, nos anos 70
e 60. Os outros dois, "A Sombra
do Leopardo", de Cláudio Daniel,
e "A Vida É Assim", de Alberto
Pucheu, dão voz a valores surgidos nos anos 90.
Sergio Cohn, 27, o editor por
trás da iniciativa, frisa a ausência
de dogmas pela qual a editora
pretende pautar sua atuação.
"A Azougue reflete um momento da poesia brasileira em que não
existe muito norte estético. Todos
os poetas que nós lançamos têm
dicções muito pessoais e muito
distantes umas das outras. Isso é
uma coisa boa: um campo aberto,
sem muitas escolas ou caminhos
pré-dados para seguir."
Com 100% de investimento
próprio, um dos estigmas que a
editora pretende questionar é a
pouca viabilidade comercial da
poesia. "Queremos inverter o círculo vicioso de o autor ter que pagar suas edições. Um dos nossos
títulos, por exemplo, já se pagou."
Poesia, contudo, não será o único campo de atuação da editora.
O próximo título será uma reunião de artigos críticos sobre cinema do diretor Rogério Sganzerla,
escritos nos anos 60.
E a "Azougue" em revista continua na praça com lançamento do
nono número previsto para agosto, o qual o editor chama de trabalho de base para a editora.
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