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MUSICAL
Projeto baseado na trilogia de Tolkien tem orçamento de 8 milhões de libras, recorde para os padrões londrinos
Versão de "Senhor dos Anéis" será a mais cara já feita
IAN BURRELL
DO "INDEPENDENT"
"O Senhor dos Anéis" será
adaptado na forma da mais suntuosa produção musical já encenada no West End londrino, com
orçamento de 8 milhões de libras.
O épico fantástico de J.R.R. Tolkien, exibido em sua versão cinematográfica na forma de três longas-metragens, será condensado
na forma de um espetáculo de três
horas para o palco de Londres.
O projeto conta com o apoio de
Saul Zaentz, o produtor de cinema responsável por "Um Estranho no Ninho" e "O Paciente Inglês". Os produtores do musical
estão à procura de um teatro de
2.000 lugares para encenar a produção, que deve estrear no segundo trimestre de 2005.
O orçamento de 8 milhões de libras fará de "O Senhor dos Anéis"
o mais caro musical já encenado
no Reino Unido, ultrapassando
"Chitty Chitty Bang Bang" ("O
Calhambeque Mágico"), cujo
custo é estimado em cerca de 6,5
milhões de libras.
Será a primeira grande adaptação musical de "O Senhor dos
Anéis" para o teatro, e o plano é
de que a estréia coincida com o
50º aniversário de publicação da
trilogia. Kevin Wallace, o produtor, começou a trabalhar no projeto dois anos atrás, antes que a
primeira parte do épico fosse exibida como filme.
Wallace disse que "será completamente diferente de tudo que o
West End já viu. Estamos trabalhando para recriar o mundo de
fantasia de Tolkien no palco, e o
espetáculo terá verdadeira magia
e espanto, para a platéia".
Wallace, que produziu uma sucessão de musicais de Andrew
Lloyd Webber, entre os quais "Jesus Cristo Superstar" e "Sunset
Boulevard", persuadiu Zaentz de
que o musical poderia ser fiel à
obra-prima de Tolkien.
Zaentz controlava os direitos de
adaptação cinematográfica e teatral do livro desde a década de 70.
O produtor norte-americano se
tornou membro honorário da
Academia Britânica de Teatro na
cerimônia dos prêmios Bafta, em
Leicester Square, em fevereiro.
Ele usou a cerimônia de premiação para criticar o presidente
George W. Bush. Disse que era
membro da maioria de eleitores
norte-americanos que não haviam sido reconhecidos na eleição
presidencial, e acrescentou que
"estamos vendo agora nos EUA a
possibilidade de um governo absoluto dos poucos em benefício
dos poucos. E qualquer meio de
atingir esse objetivo é válido".
Wallace disse: "Se você pensa na
integridade dos filmes que ele fez,
pode dizer que a qualidade do trabalho vem em primeiro lugar
com Saul, e ele é um produtor ferozmente independente, distante
das convenções de Hollywood".
Em uma série de reuniões na
Califórnia, Wallace convenceu
Zaentz de que o projeto tinha méritos, e o musical foi aprovado em
janeiro. De lá para cá, Wallace garantiu os serviços de Matthew
Warchus, diretor de outros musicais no West End, entre os quais
"Our House".
Rob Howell, que recentemente
criou os cenários para a versão
teatral londrina de "A Primeira
Noite de um Homem", ficou com
a tarefa de recriar a Terra Média
no West End.
Wallace lembra que o teatro
vem "produzindo épicos desde
tempos imemoriais", como as tragédias gregas "Henrique 4º" e
"Henrique 5º" de Shakespeare.
Ele também mencionou "O Rei
Leão" como recente produção
musical que trouxe com sucesso
"a essência da África" aos palcos
londrinos.
Wallace disse que a versão musical de "O Senhor dos Anéis"
atrairia tanto os espectadores da
trilogia cinematográfica quanto
os leitores do texto original. "Fomos muito fiéis a Tolkien, em
pouco menos de três horas, intervalo incluído." Todas as características importantes do livro em
termos de personagens e eventos
principais estariam presentes no
palco, disse ele.
Será conduzida uma busca nacional por um ator para interpretar o jovem hobbit Frodo Baggins,
papel que nos cinemas ficou a cargo de Elijah Wood.
Wallace diz que "há muitos papéis ótimos em "O Senhor dos
Anéis", mas creio que o de Frodo
será o mais importante". "Vamos
procurar por toda parte até encontrar o nosso Frodo."
Tradução Paulo Migliacci
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